A palmeira do babaçu, dentre a extensa variedade de
palmeiras que marcam a paisagem maranhense, é a mais frequente e espraiada por
seu território. São muitas as matas nativas, chamadas de cocais ou matas de coco.
O estado é
o maior produtor de babaçu e seus derivados.
Babaçu é a denominação mais comum, mas são diversos os nomes usados para se referir a essa palmeira:
pindova, pindoba, coco manso, capoteira, palmiteira, coqueira, coco babaçu, coco
de macaco, coco de palmeira, coco de rosário, coco pindoba, curuá... Alguns
desses nomes referem-se a etapas do desenvolvimento da planta, mas isso nem
sempre é observado à risca e um ou outro termo pode ser utilizado
indistintamente.
Dessa forma, pindoba ou pindova seria o nome da palmeira na sua “infância”,
quando ainda não produziu frutos, mas já permite o uso das folhas. A palmiteira seria a
planta “adolescente”, em altura que permite a extração do palmito (que fica no centro do topo) para
alimentar o gado. A capoteira seria o estágio em que as folhas estão no tamanho
para serem utilizadas na cobertura/ capota das casas. A palmeira adulta é
chamada por alguns de curinga. Já o termo coco manso é o mais frequente para diferenciar
a palmeira do babaçu da palmeira do anajá, que tem a folha grossa, mais difícil de trabalhar...
Uma palmeira leva
de 10 a 20 anos para iniciar a produção de coco.
O coco babaçu é a fonte de renda para inúmeras mulheres
quebradeiras. Elas extraem o mesocarpo, utilizado para o produzir a
farinha e outros derivados; as amêndoas (castanhas/ bagos/ caroços) de onde se extrai
o azeite, usado na culinária e na indústria farmacêutica. As cascas são queimadas para produzir carvão, amplamente utilizado no
estado. Após a prensagem da amêndoa para extração do óleo, os resíduos (borra
ou bagaço) também são aproveitados como ração para animais ou como adubo. O coco pirinã é uma variedade menor, com amêndoas mais
finas.
A presença extensiva da palmeira do babaçu na paisagem maranhense faz dela uma grande
aliada da população. Além do coco, fornece o palmito, a capemba, as folhas de onde se extrai a palha e o talo, o tronco, que atendem diversas necessidades e permitem criar uma grande
variedade de produtos fundamentais na vida cotidiana. Dentre eles o cofo,
grande ícone do artesanato maranhense e usado para diferentes necessidades.
Mais de 800 artesãos, de diversas
regiões, aqui registrados utilizam o babaçu em seus produtos, seja como material principal ou complementar.
PALHA
Palha secando ao sol. Raimundo Pereira dos Reis. Rocinha 1/ Peritoró
Maria Domingas Furtado Costa (Duca) selecionando as folhas antes da secagem. Povoado Pequizeiro. Icatu
Palha do babaçu secando ao sol. Aquiles Lisboa/ Cururupu
Palha do babaçu secando ao sol em Muriçoca. Santa Inês
Palha seca, pronta para ser trabalhada. Luís Pereira Machado. Cururupu
Domingos Ferreira Nogueira (Seu Nêgo) abrindo a palha para tecer. Santo Antonio/ Matinha
Domingos Cunha dos Reis abrindo a palha. Pitoró dos Pretos/ Peritoró
Nilton dos Santos Brandão abrindo o olho da palha. Morada Nova/ Peritoró
Nilton dos Santos Brandão estralando (dobrando) a palha. Morada Nova/ Peritoró
A palha e o olho da palha (ou palha do olho) são as partes
mais utilizadas na confecção do artesanato, pois a partir dela se faz uma
variedade notável de cestaria, além de esteiras e
abanos. A diferença entre a palha e o olho da palha é que este último refere-se
à parte central da palmeira, onde estão as folhas mais novas, que ainda não
abriram. Essas folhas são mais flexíveis para os trançados, permitem uma trama mais
fechada e alinhada do que a palha mais seca, que vem das folhas já abertas. A
palha também é muito utiliza na cobertura das casas ou espaços de trabalho.
José Filho Ferreira e seus diversos produtos de palha da babaçu. Sede/ Paraibano
O cofo, a esteira, também conhecida como mensaba, e o abano,
para fogo ou para juntar cisco nos quintais e terreiros, são os produtos da
palha de babaçu mais frequentes de se encontrar. Todos eles possuem seus segredos de
execução e nota-se a diferença quando tecidos por especialistas.
Geraldo Silva com a mensaba e o cofo. Sede/ Matinha
Manuel Fernandes da Silva (Manuel Ambrósio) produz cofos, esteiras e abanos. Cabeceira/ Buriti
Miguel da Conceição Pereira dos Santos produz cofos, mensabas e abanos. Caruaras/ Santa Quitéria do Maranhão
Maria das Mercês Fonseca Maranhão. Rumo/ São João Batista
Raimundo Cutrim Silva (Buripo). Poleiro/ São Vicente Férrer
Roberval Monroe Garcês produz cofos, ninho de galinha, mensabas e abanos. Juçatuba/ São José de Ribamar
João Batista Borges com seus cofos e abanos. Bom Jesus da Mata/ Maranhãozinho
Raimundo Azevedo. Sede/ São Bento
Tomás de Aquino Silva (Aquino). Bate Pé/ Bacuri
Paulo Costa da Silva (Paulo Segurança) e seu estoque de cofos e abanos. Sede/ Itapecuru-Mirim
José Francisco Cardoso Ferreira (Shumarra) faz cofos, abanos e as miniaturas deles. Sede/ Cajapió
João Galdino de Sousa faz cofos, ninhos de galinha, abanos... e vende pela ruas de Pindaré Mirim com sua bicicleta. Sede/ Pindaré Mirim
Joaquim Euzébio Moreira (Juca) faz cofos e abanos. Sede/ Cedral
Elízio Martins (Reis) faz o trio clássico do babaçu: cofos, abanos e mensabas. Canavial/ Cedral
Antonio José de Carvalho integra família de grandes tecedores de cofo. Cai Coco/ Santa Rita
O cofo é um cesto mais tradicional da cultura material maranhense. Possui muitas variações de acordo com o uso a que se destina. Variam formatos, tamanhos, tissumes/ trama e modos de tecer...
Acondicionamento, armazenamento, transporte, plantio são os usos principais. Muitos artesãos produzem em quantidade e mantém pequenos estoques para atender a procura, outros fazem por encomenda.
Nas comunidades o cofo não é comercializado, é dado pelo artesão aos vizinhos que necessitem ou trocado por farinha, peixe, vegetais, galinha, carvão...
Quando comercializado, é um produto barato, apesar de demandar tempo, conhecimento e habilidade para ser feito.
Patrocina Sousa Pinheiro (Tatu) faz cofos, abanos e mensabas. Preguiça Velha/ Matinha
Raimundo Nonato Sousa Birino (Nenenzinho). Itaparica/ Olinda Nova do Maranhão
Benedito Papa Carvalho (Gó de Bolo) integra uma família de grandes tecedores de cofo do povoado Cai Coco/ Santa Rita.
Antonio Pedro Carvalho (Pedro de Bolo) outro integrante da família Carvalho, fazendo a trança de fechamento do cofo. Cai Coco/ Santa Rita
Cofos aguardando a trança de finalização. Antonio José Mendes Travassos. São Cristóvão/ Viana
João Raimundo Pinto (João de Dona) iniciando o trançado do cofo. Mocoroca/ Cajari
João Raimundo Pinto (João de Dona) trançando cofo. Mocoroca/ Cajari
João Raimundo Pinto (João de Dona) finalizando a trança. Mocoroca/ Cajari
Paulo Sidney Pereira (Paulinho) fazendo a trança. Sede/ Olinda Nova do Maranhão
José Sotelino Almeida (Zé de Honora) tece cofo estrovado (reforçado na boca). Sede/ Bequimão
Maria Domingas Furtado Costa (Duca) finalizando o cofo. Pequizeiro/ Icatu
Nos Termos e Medidas Regionais, que está disponível neste portal estão explicadas muitas variações do cofo. A busca avançada por produto também mostra a diversidade já registrada.
O tamanho do cofo em alguns casos se refere ao peso que suporta, como o cofo de alqueire, de meio alqueire, de quarta, usados principalmente no transporte de farinha. De modo geral, a medida usada para encomendar um cofo é o tamanho do talo da folha a ser utilizado, medido em palmos. O tamanho do talo equivale à circunferência da boca do cofo.
Para reforçar os cofos grandes que carregam peso maior, alguns artesãos estrovam o beiço/ boca, fazendo uma espécie de costura com embira.
Acácio Bispo Lopes Santos e o cofo grande para mandioca. Rio do Peixe/ Serrano do Maranhão
Diversos tamanhos de cofo feitos por Antonio Pedro Carvalho (Pedro de Bolo). Cai Coco/ Santa Rita
Domingos Rodrigues Santana especialista em cofos, mensabas e abanos. Sede/ Cajari
Cofos de Manuel de Jesus Batista Costa. Gameleira/ Olinda Nova do Maranhão
Acácio Dionísio dos Santos e o cofo grande para carga. Mata Boi/ Monção
Cofo paneiro feito por Francisco das Chagas Alves de Carvalho (Chaga). Patos/ Milagres do Maranhão
Cofos tecidos por João Balbino dos Santos. Sede/ Bacabeira
Sebastião Veloso Foicinho tece o cofo e uma pequena mensaba para fechá-lo no transporte de produtos. Cajual/ Cândido Mendes
Cofos tecidos por Raimundo de Jesus Licá de Moura. Água Branca/ Miranda do Norte
Simão Coelho tece cofo de todo tamanho. Raimundo Sú/ Alcântara
Maria Domingas Furtado Costa (Duca) é grande tecedora de cofo. Pequizeiro/ Icatu
Raimundo Santos Trindade Mendes (Santinho) com o cofo pequeno e de pescaria. Sede/ Matinha
Cofo tecido por Pedro Borges de Carvalho. Mata do Brigadeiro/ Mata Roma
O cofo é companheiro das quebradeiras de coco, muitas também o tecem. Recebe as amêndoas usadas na extração do óleo e também as casas destinadas à produção de carvão.
Rita Almeida dos Santos e cofo que recebe as amêndoas. Lages/ Pindaré Mirim
José Clemente Silva (Zé Curuca) tece cofos utilizados pelas quebradeiras de coco. Centro dos Lima/ Tufilândia
Tufilândia
Os cofos pequenos são usados para o plantio de mudas, a colheita de feijão ou de frutos pequenos, o acondicionamento de sabão... São trabalhosos no acabamento.
Antonia Oliveira Nogueira e o cofinho usado para pescaria, plantio... Paraíso/ Pinheiro
Francisco de Assis (Chico 40) especialista nos cofos pequenos e abanos. Sede/ Turiaçu
João de Deus Barros (Veneno) tece todo tipo de cofo. Sede/ Cajapió
Francisco Pereira da Silva Carvalho (Chagas Gabriel) e o cofinho. Riacho Seco 1/ Buriti
Maria Sílvia Furtado Costa faz cofos, balaios, abanos e também miniaturas. Pequizeiro/ Icatu
Raimundo de Jesus Licá de Moura (Dijé). Água Branca/ Miranda do Norte
Vicente Gregório de Carvalho faz os cofos pequenos para colher feijão e para pescaria, além da mensaba. Patos/ Milagres do Maranhão
Maria da Graça Moura Coelho faz diversos tipos de cofos pequenos. Canavial/ Cedral
Maria da Graça Moura Coelho faz diversos tipos de cofos pequenos. Canavial/ Cedral
Antonio Luís da Silva Santos. Boa Esperança/ Codó
A trança é apontada pelos artesãos como a parte mais difícil na execução do cofo. Ela dá resistência, permitindo o transporte produtos pesados.
Cofos pequenos ou usados para produtos leves podem ter a trança escondida/ interna.
Pedro José Malvão e a trança interna do cofo. Campinho/ Arari
Claudionor Lopes (Roxinho) especialista em cofos e mensabas, mostra o cofo de trança escondida. Sede/ Guimarães
Cofos de trança escondida feitos por Faustino Ribeiro (Osto). Pedras/ Pinheiro
Cofo de trança escondida feito por João Paulo Alves (Palico). Jaguari/ Vitória do Mearim
As tranças dos cofos de Juarez Pereira da Silva. Sede/ Itaipava do Grajaú
Trança interna do cofo de Maria da Anunciação Araújo dos Santos. Quilombo Camaputiua/ Cajari
João Guilherme de Abreu Ferreira mostra a trança interno do cofo. Aliança/ Cururupu
José Mourão da Silva (Zé do Reis) mostra a trança do cofo. Vila Engenho Central/ Alto Alegre do Pindaré
Trança do cofo de Maria Sílvia Furtado Costa. Pequizeiro/ Icatu
Noel Monteiro e o cofo de trança escondida. Aquiles Lisboa/ Cururupu
Orlanda dos Santos Gomes e cofinho de trança escondida. São Raimundo/ Alcântara
Raimundo Pereira dos Santos mostra a trança interna do cofo. Buriti/ Fernando Falcão
O cofo de pescaria é levado à tiracolo ou amarrado na cintura nos formatos menores.
Vitória Macele Aragão e o cofo para receber o resultado da pescaria. Sororoca/ São Bento
Valdivino de Jesus Aquino Viana e o cofo que acompanha a pesca com choque. Pequi/ Bacabeira
Antonio Simeão Carvalho (Toió) faz o cofo para pescaria. Cai Coco/ Santa Rita
Onildo Pereira Silva e o cofo tiracolo. Canabrava 2/ Paraibano
Domingos Gomes da Silva como o cofo de pescaria e o cofo de segredo. Alto Novo/ Mata Roma
Jocimar Soares Pereira (Jota) tecendo um cofinho de pescaria. Sede/ Olinda Nova do Maranhão
Matias Félix Souza e o cofinho de pesca. Cambucá/ Cajari
Antonio Borges de Oliveira e o cofinho de pescaria. Sede/ Anapurus
Cofos de pescaria feitos por Luís Damião Filho (Demóstenes). Sede/ Itaipava do Grajaú
Deusdeth Santos produz cofos para pescaria. Santa Rita 2/ Olinda Nova do Maranhão
O cofo boca de jacaré é feito para acondicionar garrafa, poucos artesãos sabem fazer. Já o cofo de arco, que também não é muito comum de encontrar, é usado para transportar pequenos animais.
Geraldo Moreira Braga e o cofo boca de jacaré. Porto de Baixo/ Cedral
Cofo boca de jacaré feito por Maria Santa. Sede/ Serrano do Maranhão
José Costa faz todo tipo de cofo, entre eles o de arco. Pontal/ Bequimão
Cofo de arco. José Costa. Pontal/ Bequimão
Cofo tiracolo para coletar na roça. Raimundo Pereira dos Santos. Buriti/ Fernando Falcão
Cofinho tiracolo. José Benedito e Nonato de Almeida. Sede/ Bacabeira
O cofo de quatro cantos e o cofo de cú trucido/ torcido têm o fundo diferente, sem trança e também são chamados de balaio. Em geral são peças pequenas e poucos artesãos costumam fazer.
Fundo do cofo de quatro cantos feito por Antonio José Cardoso. Sede/ Guimarães
Antonio José Cardoso e os balaios de quatro cantos. Sede/ Guimarães
Cofos de quatro cantos e de cú trucido feitos por Arnaldo Ribeiro Silva Filho. Sede/ Cedral
Balaio de quatro cantos com biquinho. Benedita Aureliana Licar Correia. Pedrinhas Clube das Mães/ Itapecuru
João Moraes Mendes tecendo balaio de quatro cantos. São João de Cortes/ Alcântara
Balaio de quatro cantos feito por Maria Antonia Everton Câmara. Teso Alto/ Cajapió
Balaio de quatro cantos feito por Maria Antonia Everton Câmara. Teso Alto/ Cajapió
Maria Vitória Soares tece balainho de quatro cantos e de cú trucido, além de cofos e abanos. Juçaral/ Central do Maranhão
Cofo de cú trucido feito por Catarina Eduvirge Pereira. Rio Baiano/ Bequimão
Cofo de cú trucido feito por Catarina Eduvirge Pereira. Rio Baiano/ Bequimão
Rosilene Soares Moreira faz o cofo de cú trucido e o balaio de quatro cantos. Juçaral/ Central do Maranhão
Francisco Canário Barros faz o balaio. Sede/ Codó
Balaio feito por Francisco Canário Barros. Sede/ Codó
Maria Vitória Soares faz balaio de quatro cantos e de cú trucido, além de cofos e abanos. Juçaral/ Central do Maranhão
Balaio de José Filho Ferreira (Zé Filho). Sede/ Paraibano
Maria Aparecida Almeida (Tagum) faz balaio de canto e balaio de bunda torcida. Monte Carmo/ Central do Maranhão
Conjunto decorativo feito por Maria do Espírito Santo Alves Silva (Anália). Sede/ Morros
Maria do Espírito Santo Alves Silva (Anália). Sede/ Morros
Reinaldo Diniz dos Santos com o balaio de biquinho e o cofo de segredo. Mirinzal da Julieta/ Rosário
Balaio decorativo. Maria Sílvia Furtado Costa. Pequizeiro/ Icatu
Atacílio Rodrigues Tavares e o cofo de cú torcido. Santa Vitória/ Axixá
Arnaldo Ribeiro Silva Filho (Catijú) e os cofinhos de cú trucido e de quatro cantos. Sede/ Cedral
Balaio feito por Benedita Aureliana Licar Correia . Pedrinhas Clube das Mães/ Itapecuru Mirim
O cofo de segredo é uma pequena joia do artesanato maranhense, feito para embalar uma surpresa, que pode ser um anel, uma chave, uma moeda, dinheiro, um ovo, uma maçã... Costumava ser usado nos leilões dos festejos e hoje é procurado como peça decorativa, que representa muito bem o bom design das embalagens populares. Em miniatura é usado em brincos, colares, chaveiros ou compondo cortinas.
Cofo de segredo com alça. Francisco Alves Tavares. Sertãozinho/ Icatu
Cofinho de segredo com alça. Guilhermina Costa. Parati/ Cedral
Guilhermina Costa e o cofinho de segredo com alça. Parati/ Cedral
Cofinho de segredo feito por Marilene Alves Costa. Cachoeirinha/ Bacuri
Nielza dos Santos (Mocinha) e o cofo de segredo com alça. Igaraçu/ Bacabeira
Domingas Serra Mendonça com o cofo de segredo e o balaio. Quilombo do Graça/ Matinha
Zuila Martins dos Santos Bezerra trançando um cofinho de segredo. Sede/ Bacabeira
Zuila Martins dos Santos Bezerra e o par de brinco de cofinho de segredo. Sede/ Bacabeira
Mário de Jesus (Nhô Juca) trançando um cofo de segredo. Condurús/ Cururupu
Marinilde Machado da Conceição tecendo um cofinho de segredo. Santa Rosa dos Pretos/ Itapecuru Mirim
Maria do Espírito Santo Alves Silva (Anália) faz variações decorativas do cofinho de segredo. Sede/ Morros
São diversos os nomes da cesta que abriga a galinha para que possa chocar os ovos em segurança, usada suspensa, longe do chão. Em geral ela tem o formato triangular e é tecida como uma esteira com as pontas inferiores fechadas por uma trança.
Cofo panacú feito por Anocíndio Barbosa. Sede/ Codó
Galinha chocando no cofo panacú tecido por André Ferreira da Silva. Campo Novo/ Santa Inês
Antonio Alves Feitosa com o cofo galinheiro e alguns de seus produtos. Sede/ Tufilândia
Galinhas chocando no panacofo feitos por Francisco da Conceição (Chico Cristino). Areal/ Mata Roma
Ovos protegidos no panacofo feito por Francisco da Conceição (Chico Cristino). Areal/ Mata Roma
Antonio Augusto de Melo Filho posicionando a cofa para galinha botar. Sede/ Buriticupu
Cofos panacú tecido por Antonio Fernandes Santos (Barreira). Puraqueú/ Igarapé do Meio
Juarez Pereira da Silva com a cofa para galinha e o abano. Sede/ Itaipava do Grajaú
Luiz Bogéa Maciel faz o ninho de pato, uma variação com portinhola. Sede/ Arari
Pedro Vieira de Sousa (Pedro Piauí) e o ninho de galinha que produz. Sede/ Santa Quitéria do Maranhão
Luís Damião Filho (Demóstenes) e sua produção de cofos, abanos e cofos para galinha. Sede/ Itaipava do Grajaú
Galinha com a cria no cofo panacú feito por Maria Raimunda Silva Costa (Maria Quati). Cajazeiras/ Igarapé do Meio
Uma variação do ninho de galinha é um pequeno cofo, que tem o fundo amassado, formando uma espécie de tigela, onde a galinha pode chocar.
Lázaro de Jesus Soares mostra como transforma o cofo em ninho de galinha. Agrovila São Sebastião/ Palmeirândia
Lázaro de Jesus Soares mostra o ninho de galinha pronto. Agrovila São Sebastião/ Palmeirândia
Miguel da Silva e o cofo ninho. Sede/ Carutapera
José Ribamar Barbosa dos Santos e o cofo para galinha pôr. Boca da Mata/ Cachoeira Grande
Detalhe do cofo para galinha pôr. José Ribamar Barbosa dos Santos. Boca da Mata/ Cachoeira Grande
Abanos
O abano pequeno é muito utilizado para manter o fogo e o grande para juntar cisco nos quintais e terreiros. O artesão costuma presentear os vizinhos com essa peça de grande utilidade, que aproveita sobras do talo empregado na cestaria.
André Avelino Soares tecendo abano grande para uso na casa do forno. Soares/ São Vicente Férrer
Alípio Silva Cardoso (Nhoquinho) e o abano para juntar cisco. Sede/ Cururupu
Clodoaldo Antonio Mendes (Gogó) e o abano de dois palmos de talo. Sede/ Palmeirândia
Não faz muito tempo, a mensaba era usada como porta ou janela das casas de taipa, hoje esse uso é mais raro, mas a medida "para porta" ou "para janela" continua sendo uma referência. Muitos outros usos tem a mensaba. Ela está na montagem do jirau nos quintais; é usada para secar ao sol o peixe, a farinha e outros produtos; para sentar; para quebrar o sol nas varandas... É uma peça trabalhosa, em geral tecida com o artesão sentado no chão.
Mensabas de uma banda feitas no Quilombo Camaputiua em Cajari
Mensaba usada como janela. Olho D´Água/ Itapecuru Mirim
Jirau feito com esteiras de uma banda e usado para secar a goma. Francisco das Chagas Alves de Sousa (Chagas). Facão/ Anapurus
Mensaba de duas banda usada como quebra-sol. Pedro Borges de Carvalho. Mata do Brigadeiro/ Mata Roma
Francisca Pires (Chica do Trailer) unindo as duas bandas da mensaba com a trança. Sede/ Bacabeira
Mensaba de duas bandas em finalização. Luís Pereira Machado (Seu Luca). Aquiles Lisboa/ Cururupu
Trança que une as duas bandas da mensaba. Luís Pereira Machado (Seu Luca). Aquiles Lisboa/ Cururupu
Paulo Gomes (Paulo Carambanha) com a mensaba de duas bandas e o abano. Sede/ Arari
João Raimundo Pinto (João de Dona) e a mensaba de duas bandas. Mocoroca/ Cajari
Maria da Graça Moura Coelho (Graça) fazendo a trança de união das duas bandas da mensaba. Canavial/ Cedral
Raimundo Santos de Jesus (Digermano), a mensaba e a produção de artefatos de babaçu. Sede/ Cedral
Antonio José de Carvalho tecendo a mensaba. Cai Coco/ Santa Rita
Augusto Monteiro Mafra (Augustinho) tecendo a mensaba. São José do Pericaua/ Godofredo Viana
O boi de cofo é utilizado em algumas brincadeiras, principalmente na região de Cururupu. Costuma ser pintado, revestido ou decorado e são poucos os artesãos que sabem fazer.
O boi de cofo antes dos enfeites, criado por Irenaldo Pereira Viegas. Sede/ Cururupu
O boi de cofo decorado. Irenaldo Pereira Viegas. Sede/ Cururupu
No Bumba Meu Boi, a palha do babaçu também é utilizada na forração do boi e na chamada mala do Cazumba (personagem do Boi de sotaque da Baixada), que é amarrada na cintura sobre os quadris, servindo para guardar pertences, para abrir a bata aumentando a personagem e mostrando os desenhos do bordado e, principalmente, para produzir um gingado jocoso. Em geral a mala é revestida com material que proteja a palha do suor.
Alberto dos Santos Froz, o Batata, mostra o efeito do cofo mala de Cazumba na dança. Santa Maria dos Tejus/ Viana
A bata do Cazumba aberta pela presença do cofo mala amarrado na cintura. Alberto dos Santos Froz. Santa Maria dos Tejus/ Viana
A mala de Cazumba, feita de palha de babaçu e revestida com saco de ráfia feita por Antonio José Ramos Gaspar. Santa Maria dos Tejus/ Viana
Decoração
Flores, arranjos, vasos e uma grande variedade de peças decorativas utilizam a palha do babaçu.
Flor de palha de babaçu. Benedita Licar Correia. Pedrinhas Clube de Mães/ Itapecuru- Mirim
Flor de palha de babaçu. Benedita Licar Correia. Pedrinhas Clube de Mães/ Itapecuru- Mirim
Mini-vaso. Maria do Espírito Santo Alves Silva (Anália). Sede/ Morros
Nailton de Jesus Maciel Vale e as peças decorativas feitas com babaçu. Sede/ Arari
Porta-celular. Nailton de Jesus Maciel Vale. Sede/ Arari
Jarro. Nailton de Jesus Maciel Vale. Sede/ Arari
Mesinha. Nailton de Jesus Maciel Vale. Sede/ Arari
Arranjo de flores. Ana Lúcia Viana Menezes. Campo Rio/ Itapecuru Mirim
Ana Lúcia Viana Menezes produz inúmeras peças utilizando distintas partes do babaçu. Campo Rio/ Itapecuru Mirim
Peixe de parede. Ana Lúcia Viana Menezes. Campo Rio/ Itapecuru Mirim
Rosilda Lima da Silva com as flores de babaçu. Feliz Lembrança/ Peritoró
Quadros florais de palha de babaçu. Rosilda Lima da Silva. Feliz Lembrança/ Peritoró
Cofinho com alça. Zuila Martins dos Santos Bezerra. Sede/ Bacabeira
Balaio tecido por Antonio Soares da Cruz (Antonio Nesanto). Mimoso/ São Francisco do Maranhão
Brinquedos
Brinquedos de palha seguem divertindo as crianças: pássaros, chifre de carneiro, relógio, anel, estrela, caga na praia, camarão...
Walter Trindade (Manélis) faz o beija-flor de palha, além do cofo. Engole/ Cedral
Beija-flor feito por Walter Trindade (Manélis). Engole/ Cedral
Pássaros e estrela de Rosenaldo Pinto (Naldo). Santa Rosa/ Bacuri
Estrela feita por Rosenaldo Pinto (Naldo). Santa Rosa/ Bacuri
José Filho Ferreira (Zé Filho) e o chifre de carneiro na palha de babaçu. Sede/ Paraibano
Juliano Macedo Silva (Mingau), os cofos e o brinquedo caga na praia. Sede/ Central do Maranhão
Com a palha também se faz chapéu, mas são poucos os artesãos que produzem.
Chapéus de palha de babaçu. José Filho Ferreira. Sede/ Paraibano
Chapéu de palha de babaçu. José Filho Ferreira. Sede/ Paraibano
COCO
O coco inteiro é utilizado em peças decorativas como
bonecos, animais, arranjos. Após a extração das amêndoas, dá origem a pequenas
taças e canecas. As cascas compõem objetos de decoração. Fatiado, é utilizado em
bijuterias, cintos e cortinas.
Pássaros de coco babaçu feitos por Reigre Gomes Carneiro. Sede/ Paulino Neves
Raimundo Nonato de Sousa (Dico) faz pássaros de coco babaçu. Sede/ Humberto de Campos
Pássaros de Raimundo Nonato de Sousa (Dico). Sede/ Humberto de Campos
Pássaros de Raimundo Nonato de Sousa (Dico). Sede/ Humberto de Campos
Pássaros de Raimundo Nonato de Sousa (Dico). Sede/ Humberto de Campos
Regina Maria Martins Carvalho utiliza o coco e suas cascas em arranjos decorativos. Sede/ Buriti
Francisco das Chagas Silva da Costa utiliza o coco babaçu em peças decorativas. Sede/ Barra do Corda
Francisco das Chagas Silva da Costa utiliza o coco babaçu em peças decorativas. Sede/ Barra do Corda
Pássaro porta-lápis feito com coco babaçu por Joás Guerra Pires. Sede/ Carutapera
Joás Guerra Pires faz diversos pássaros decorativos com o coco babaçu. Sede/ Carutapera
Porquinho de coco babaçu feito por Marcelo Rodrigues de Sousa (Marcelo Bike). Sede/ Boa Vista do Gurupi
Carrinho de coco babaçu feito por Marcelo Rodrigues de Sousa (Marcelo Bike). Sede/ Boa Vista do Gurupi
Cálice de coco babaçu feito por. Marcelo Rodrigues de Sousa (Marcelo Bike). Sede/ Boa Vista do Gurupi
Caneca de coco babaçu feita por Beto Jorge Aguiar Coelho. Fazenda Nova/ Cajapió
Anael Martins Santos faz anéis e bijuterias utilizando vários tipos de coco, entre eles o babaçu. Moisinho/ Bacurituba
CAPEMBA
Na
palmeira adulta, a capemba é a parte que protege o cacho de coco e caiu quando ele já está formado. Ela é utilizada como recipiente para alimentar animais, mas também para compor arranjos decorativos ou como suporte para pintura decorativa.
O talo do babaçu - braço das folhas mais largas - é utilizado principalmente em armadilhas de pesca como o jiquí, o matapí, a gaiola, o cacurí e o curral. Também é empregado em pequenos móveis, em suportes para plantas e como arco de peneiras e quibanes.
Benedito Camaleão e os matapis de talo de babaçu. Fazenda Nova/ Igarapé do Meio
Edival Mota Pinheiro mostra a sangra do matapí. São José. São João Batista
Matapis de talo de babaçu feitos por Edival Mota Pinheiro. São José. São João Batista
Félix dos Santos Soares concluindo a amarração do matapí.. Cafuzal/ São Vicente Férrer
Matapí de babaçu feito por Félix dos Santos Soares. Cafuzal/ São Vicente Férrer
Luís dos Anjos Serra Aguiar (Baixinho) e o matapí de tala de babaçu. Ilha dos Andrade/ Cajapió
Matapi Raimundo dos Santos Freitas (Xuni) e o matapí de babaçu. Agrovila São Sebastião/ Palmeirândia
Valdivino Lopes Silva (Vainho) e o jiquí de babaçu. Quilombo Onça/ Santa Inês
Matapí feito por Raimundo de Jesus Serrão. Iguarapiranga/ São Bento
Amarração do matapí. Raimundo de Jesus Serrão. Iguarapiranga/ São Bento
Matapís produzidos por José Rodrigues Soares (Zé Pequeno). Romana 1/ São João Batista
Francisco Josiel Silva dos Anjos e o jiqui de talo de babaçu. Barra Nova/ Buriti
Manzuá de talo de babaçu feito por Pedro Lima Rocha. Caruaru/ Santa Rita
José Ribamar Alves (Fala Sério) e o manzuá de talo de babaçu. Flecheira/ Rosário
José Ribamar Alves (Fala Sério) amarrando o manzuá de talo de babaçu com cipó escada de jabuti. Flecheira/ Rosário
José Ribamar Alves (Fala Sério)alinhando o manzuá de talo de babaçu. Flecheira/ Rosário
Roberval dos Santos e o matapí miniatura para decoração. Faixa/ Olinda Nova do Maranhão
O talo da parte central das folhas menores, descascado e
cortado em varetas finas, tem uso em algumas armadilhas de pesca, na armação de
pipas, em vassouras e como "recheio" da cestaria de palha de tucum
que utiliza a técnica trançado costurado.
Jiquí de varetas do talo do babaçu feito por José Orlando Sousa da Silva. Santa Rosa/ Santa Quitéria
Vassoura de talo de babaçu produzida por Erilene Sousa e Sebastião Marinho. Sede/ Itaipava do Grajaú
Cesto de palha de tucum e talo de babaçu na técnica trançado costurado, feito por Vera Lúcia Cantanhede. Quindiua/ Bequimão
TALA
A tala de babaçu - extraída da casca do talo - aparece em algumas regiões no trançado de peneiras, quibanes e tapitis, mas o uso é menos frequente e somente em peças pequenas, pois é menos resistente do que materiais como guarimã e taboca. Em geral são peças de uso na cozinha como peneirinhas de coar leite de coco, de coar puba, quibane de ventejar e tapiti para extrair vinho de frutas...
Quibane de tala de babaçu feito por Raimundo Nonato do Nascimento. Alto Bonito/ Mata Roma
Maria Neide da Silva Gonçalves Sousa faz o quibane de tala de babaçu. Jacú do Leonel/ Mata Roma
Maria Neide da Silva Gonçalves Sousa e a peneirinha de tala de babaçu. Jacú do Leonel/ Mata Roma
Quibane de tala de babaçu feito por Antonio Moreira Mesquita. Bacaba/ Peritoró
Trama do tapiti de tala da babaçu feito por Francisco Rodrigues da Silva. Sede/ Sucupira do Riachão
Tapiti de tala de babaçu produzido por Zeferino da Paz. Rodagem/ Barão de Grajaú
CHINCHO/ CARANÃ/ FIAMPO/ BARBANTE
O palmito é encontrado na área central da palmeira jovem - de onde saem as folhas e serve de alimento para o gado. A capemba que o envolve, quando cai, é deixada apodrecer para que se possa extrair a fibra, chamada de chincho/ caranã/ fiampo, que é semelhante à piaçava.
O chincho é muito utilizado para fazer vassouras (ver o texto sobre as Vassouras) e como barbante para amarrar armadilhas de pesca. Seu uso também foi registrado na confecção de chinelos.