Implemento
utilizado cotidianamente para varrer, escovar ou esfregar áreas internas e
externas, as vassouras, espanadores e vasculhadores ou vasculhantes (de cabo
comprido, usados para varrer teto ou telhas) destacam-se na produção artesanal
do Maranhão por serem produzidas na maioria das cidades (mais precisamente em 80%
delas), pela diversidade de materiais utilizados e também pela estética, muitas
delas recebem pequenos detalhes que tornam bonitos esses objetos tão
corriqueiros e mostram capricho dos artesãos.
Dependendo da
finalidade e do material de confecção as vassouras podem ter cerdas duras,
macias, longas ou curtas. Os cabos, que também variam de tamanho de acordo com
a finalidade, são geralmente de madeira linheira (bem reta) extraída nas
proximidades das áreas de produção ou vinda de fora no caso de produção em
maior escala, a taboca também é utilizada. Em muitos casos as vassouras são
vendidas sem o cabo e facilmente encaixáveis em um cabo pré-existente, que tem
vida mais longa do que as cerdas. Os vasculhadores, além do cabo longo, têm
tamanho maior que as vassouras e suas cerdas são desalinhadas. Já os
espanadores costumam ser menores que as vassouras e ter cerdas mais macias. As
belas vassourinhas foram encontradas em palha de carnaúba e em linho de buriti
(a fibra mais fina da extraída da folha da palmeira), costumam ter em torno de
20 cm e são usadas em móveis ou para limpar a mesa de refeição.
As vassouras
ou bassouras são vendidas por unidade, par, meia dúzia, dúzia e fardos com cinquenta
ou cem unidades.
Os diversos
tipos de vassouras são produzidos tanto por mulheres como por homens, que
dominam todas as etapas da produção: a extração do material, o beneficiamento
(corte, descascagem, secagem, desfiação, corte etc.), montagem, amarração ou
costura, corte de alinhamento das cerdas, encabamento. Grande parte dos
artesãos e artesãos realiza só todas as etapas de confecção. É comum encontrar
a produção feita por casais ou famílias.
Os
acabamentos das vassouras maranhenses chamam atenção, além da beleza, conferem
características locais às vassouras: diferentes costuras, uso de cores tingindo
a palha, trançados ou pequenos cestinhos contendo as cerdas. As costuras em
geral são feitas com material distinto: cordinhas, fios, cordões, barbante
sintético, talas de guarimã etc.
Os indígenas
guajajara e canela também produzem vassouras, utilizando principalmente a palha
de buriti e de tucum.
Há povoados que
são especializados na produção de vassouras com diversos artesãos dedicados a
essa produção. As vendas são feitas para outras regiões maranhenses, para o Piauí
e o Ceará. Nesses locais a vassoura é a principal fonte de renda dos artesãos.
Em muitos casos a produção envolve diversos membros da família, com uma divisão
de tarefas entre extração do material e a confecção.
As vassouras
mais presentes no Maranhão são as confeccionas com a palha das palmeiras,
principalmente da carnaúba e do babaçu, mas também do buriti, da juçara e do
tucum.
Há também as
vassouras rústicas feitas com galhos de arbusto conhecido por relógio, bastante
utilizadas para limpar ambientes de festejos e quintais.
Algumas
vassouras têm uso exclusivo para determinadas ações como é o caso de exemplares
feitos aqui e agora para com galhos de folhas verdes da planta mais próxima
para a retirada da brasa de fornos onde serão assados bolos ou carnes em
festejos.
CARNAÚBA
Enoque José de Sousa faz vassouras de palha de carnaubeira que cultiva em seu terreno. Buriticupu (Centro dos Faria)
Secagem da palha da carnaubeira no povoado Raposa em Codó
A carnaúba é
o material mais utilizado para confeccionar vassouras no Maranhão. São produzidas em maior escala, inclusive para venda em atacado, e estão presentes em 33% dos municípios que já foram mapeados.
Da folha da carnaubeira são
utilizadas tanto a palha, como o linho, que é a fibra mais fina extraída da folha
antes de sua secagem.
Há povoados
especializados na produção de vassouras de carnaúba, que representa a principal
fonte de renda das famílias. Até o momento foram identificados três:
Boa Vista (Santo Amaro do Maranhão)
Situado em meio a
um vasto carnaubal, o povoado é conhecido pelo artesanato da carnaúba de modo
geral. As vassouras são produzidas em maior escala e vendidas em fardos de até
100 unidades para outras regiões do estado, para o Piauí e para o Ceará. A
extração descontrolada, realizada por forasteiros em busca do pó das folhas da
carnaubeira, representa uma ameaça aos artesãos, com o escasseamento da
matéria-prima grandemente desperdiçada na extração do pó em escala.
O povoado Boa Vista está situado em meio a um vasto carnaubal. Santo Amaro do Maranhão
O povoado Boa Vista está situado em meio a um vasto carnaubal. Santo Amaro do Maranhão
Amós Viana e Maria José Silva produzem vassouras e espanadores de palha e de linho de carnaúba com detalhes de costuras e cores. (Boa Vista). Santo Amaro do Maranhão
Amós Viana e Maria José Silva produzem vassouras e espanadores de palha e de linho de carnaúba com detalhes de costuras e cores. (Boa Vista). Santo Amaro do Maranhão
Amós Viana e Maria José Silva produzem vassouras e espanadores de palha e de linho de carnaúba com detalhes de costuras e cores. (Boa Vista). Santo Amaro do Maranhão
Palha da carnaúba já seca e desfiada para produção de espanadores. Amós Viana e Maria José Silva. (Boa Vista). Santo Amaro do Maranhão
Amós Viana e Maria José Silva produzem vassouras e espanadores de palha e de linho de carnaúba com detalhes de costuras e cores. (Boa Vista). Santo Amaro do Maranhão
Amós Viana e Maria José Silva produzem vassouras e espanadores de palha e de linho de carnaúba com detalhes de costuras e cores. (Boa Vista). Santo Amaro do Maranhão
Amós Viana e Maria José Silva produzem vassouras e espanadores de palha e de linho de carnaúba com detalhes de costuras e cores. (Boa Vista). Santo Amaro do Maranhão
Antonio Pereira Silva (Antonio Bacana) e os fardos de folhas de carnaubeira antes da secagem. Santo Amaro do Maranhão (Boa Vista)
Fardos de vassouras para venda em atacado. Antonio Bacana. (Boa Vista). Santo Amaro do Maranhão
Fardos de vassouras para venda em atacado. Antonio Bacana. (Boa Vista). Santo Amaro do Maranhão
Palha da carnaúba secando nas ruas do povoado Boa Vista. Santo Amaro do Maranhão
Palha da carnaúba secando nas ruas do povoado Boa Vista. Santo Amaro do Maranhão
Palha da carnaúba secando nas ruas do povoado Boa Vista. Santo Amaro do Maranhão
Palha da carnaúba secando nas ruas do povoado Boa Vista. Santo Amaro do Maranhão
Palha da carnaúba secando nas ruas do povoado Boa Vista. Santo Amaro do Maranhão
Jussatuba (Anajatuba)
A produção de vassouras no povoado envolve algumas
famílias e constitui a principal fonte de renda para elas. As vassouras de Anajatuba tem uma bela costura feita
com a própria palha da carnaúba.
Povoado Jussatuba. Anajatuba
Antonia Rosa com a palha já seca e uno espanador de carnaúba pronto. (Jussatuba) Anajatuba
João de Deus Rosa Reis Galvão (João Maia) faz vassouras e espanadores de palha de carnaúba. Jussatuba (Anajatuba)
João Maia produz vassouras e vasculhadores de palha de carnaúba. (Jussatuba) Anajatuba
Palha pronta para fazer as vassouras e espanadores. João Maia (Jussatuba) Anajatuba
Palha de carnaúba já seca e separada na quantidade para cada vassoura. João Maia (Jussatuba). Anajatuba
Manuel de Jesus Campelo Rosa (Manezinho) e sua família são produtores de vassouras e vasculhadores de carnaúba. Anajatuba (Jussatuba)
Francisco Sousa Jr. produz vassouras e vasculhadores de palha de carnaúba. (Jussatuba) Anajatuba
Nova Olinda (Brejo)
O povoado é maior produtor de vassouras do Baixo
Parnaíba, vende para toda a região e para o Piauí.
Carnaubeiras do povoado Nova Olinda (Brejo)
Folhas de carnaubeira secando ao sol para feitura de vassouras. (Nova Olinda) Brejo.
José de Ribamar Viana (Verdim) produz vassouras de carnaúba costuradas com embira de buriti. Brejo (Nova Olinda)
Vassoura de carnaúba com cabo de taboca produzida por Verdim. Brejo (Nova Olinda)
José Marcos Cardoso Filho (Bobô) trabalhando na secagem e separação da palha da carnaúba para fazer vassoura. (Nova Olinda) Brejo
Luís Carlos de Sousa Alves (Coné) produzindo vassouras de palha de carnaúba. Brejo (Nova Olinda)
As vassouras
de carnaúba também são produzidas em Água Doce do Maranhão, Araioses,
Arari, Bacurituba, Barão de Grajaú, Buriti, Buriticupu, Cajapió, Caxias, Codó,
Itapecuru Mirim, Magalhães de Almeida, Milagres do Maranhão, Paraibano, Paulino
Neves, Primeira Cruz, Santa Quitéria (linho e palha), Santana do Maranhão, São
Bernardo, São Francisco do Maranhão, Sucupira do Riachão, Timon e Tutóia (linho
e palha).
Vassouras e vasculhadores de palha de carnaúba feitos por Maria Laura de Matos (Braga). Anajatuba (Sede)
Vasculhador de palha de carnaúba feito por Maria Laura de Matos (Braga). Anajatuba (Sede)
Costura das vassouras e vasculhadores de palha de carnaúba feitos por Maria Laura de Matos (Braga). Anajatuba (Sede)
Maria Laura de Matos (Braga) produz belas vassoura e vasculhadores de palha de carnaúba e com o linho da palha faz chapéus. Anajatuba (sede)
Vassourinhas de carnaúba feitas por Maria Hildete de Carvalho Sousa (Dete). Araioses (Caraíba)
Vassoura e vasculhador costurados com barbante plástico. Antonio Marcos Nascimento Lima (Toma Leite). Araioses (Imburana)
Costura da vassoura de carnaúba feita por Antonio Luís Menezes da Costa. Água Doce do Maranhão (Jabuti)
Costura colorida decora a vassourinha de carnaúba feita por Maria José Veras Conceição (Zeti). Tutóia (Sede)
Início da amarração das palhas da vassoura de carnaúba. Lourival Pereira da Silva (Louro Delfino). Santana do Maranhão (Sede)
Vassoura de carnaúba costurada com cordinha de tucum. Francisco das Chagas Alves de Carvalho (Chaga). Milagres do Maranhão (Patos)
Domingas Pinto dos Santos (Duci) faz vassouras de palha de carnaúba. Milagres do Maranhão (Sede)
Costuras das vassouras e vasculhadores feitos por Antonio da Conceição (Antonio Tunico). Buriti (Vila Pitombeira)
Costura das vassouras feitas por Antonio da Conceição (Antonio Tunico). Buriti (Vila Pitombeira)
Montagem da vassoura de carnaúba. Afonso Ferreira Alves. Buriti (Sede)
Costura da vassoura de carnaúba. Afonso Ferreira Alves. Buriti (Sede)
Vassourinha de carnaúba com costura de barbante de algodão feita por Manuel Auxiliador (Manuel Mocinha). Magalhães de Almeida (Alto Alegre)
Vasculhadores de carnaúba com costura de barbante plástico feitos por Alexandre Cícero da Silva (Xande). Magalhães de Almeida (Sede)
Vassouras de palha de carnaúba com costura de barbante plástico encabadas. Teófilo Dias Santos. São Francisco do Maranhão (Caraíbas do Norte)
Lorivaldo Aldo dos Santos (Lorinho) faz vassoura e vasculhador de carnaúba costurados com barbante plástico e encabados. Barão de Grajaú (Barra da Areia)
Corte final de acabamento da vassoura. Lorivaldo Aldo dos Santos (Lorinho). Barão de Grajaú (Barra da Areia)
Preparo dos fardos de vassouras para venda. Isael Vieira de Sousa. Codó (Boqueirão dos Vieira)
Preparo dos fardos de vassouras para venda. Isael Vieira de Sousa. Codó (Boqueirão dos Vieira)
Enoque José de Sousa faz vassouras de palha de carnaubeira que cultiva em seu terreno. Buriticupu (Centro dos Faria)
Pedro Leonardo dos Santos (Caburé) faz vassoura de palha de carnaúba. Codó (Raposa)
BABAÇU
Do babaçu
são feitas vassouras do talo da folha, da palha e, principalmente, do chincho,
que é o segundo material mais empregado na confecção de vassouras no Maranhão. As vassouras de chincho foram encontradas em 27% das
cidades já visitadas.
Vassouras de chincho/ caranã de babaçu
O chincho é um equivalente da piaçava, são os fiapos
extraídos da casca/ caçamba do palmito localizado na junção da folha com o
tronco, área do “coração da palmeira”. O palmito é usado para alimentar animais,
as cascas descartadas são aproveitadas para a extração dessa fibra, que é
penteada numa espécie de escova de pregos, separada em pequenos molhos e então
dobrada, amarrada e cortada, formando as vassouras.
Há
povoados especializados na produção de vassouras de chincho/ caranã em Peritoró e Palmeirândia.
Santa
Maria (Peritoró)
A família
Santos dedica-se à produção das vassouras em maior escala, que são vendidas
para Peritoró, Pedreira, Barra do Corda, Presidente Dutra e Teresina. As vassouras são amarradas com arame e encabadas com madeira (samonel ou mamuninha).
Capela do povoado Santa Maria. Peritoró
Mata do povoado Santa Maria. Peritoró
José Alves dos Santos (Zé da Maria) amarrando a vassoura. Peritoró (Santa Maria)
Vassoura de embira de babaçu. José Alves dos Santos (Zé da Maria). Peritoró (Santa Maria)
Vassoura de embira de babaçu prontas para serem encabadas. Peritoró (Santa Maria)
Madeira já tratada e seca para encabar as vassouras. Josenias Santos. Peritoró (Santa Maria)
Chincho já preparado e separado na quantidade para cada vassoura. Peritoró (Santa Maria)
São
Raimundo (Palmeirândia)
A família
Cardoso faz as vassouras para venda na região.
Povoado São Raimundo. Palmeirândia
Edelson, José Raimundo e Domingos Cardoso produzem vassouras de barbante de babaçu/ chincho. Palmeirândia (São Raimundo)
Madeira descascada e seca, pronta para encabar as vassouras. Palmeirândia (São Raimundo)
Barbante de palmito/ chincho extraído da capemba da palmeira do babaçu para fazer vassoura. Palmeirândia (São Raimundo)
Edelson de Jesus Cardoso e os vasculhadores finalizados. Palmeirândia (São Raimundo)
Domingos dos Santos Cardoso e a vassoura em produção. Palmeirândia (São Raimundo)
As vassouras
de chincho também são feitas em Bacuri, Bacurituba, Bequimão, Buriti, Cajapió,
Central do Maranhão, Codó, Igarapé do Meio, Matinha, Monção, Olinda Nova do
Maranhão, Penalva, Pindaré Mirim, Pinheiro, Rosário, São Vicente Férrer,
Serrano do Maranhão e Viana.
Maria Madalena Cruz Pereira (Madalena) limpando e desfiando o caranã. Olinda Nova do Maranhão (Sede)
Maria Madalena Cruz Pereira (Madalena) faz vassoura de caranã. Olinda Nova do Maranhão (Sede)
Vassouras de embira do palmito do babaçu. Carlos Daniel da Silva Soares (Carliel). Peritoró (Sossego)
Carlos Daniel da Silva Soares (Carliel) produz vassouras de embira do palmito do babaçu. Peritoró (Sossego)
José Jesus dos Santos (Carimbó) e os fardos de embira do palmito do babaçu para fazer vassouras. Peritoró (Sossego)
Vassouras de barbante de babaçu. Severo Bispo Costa Gaspar (Severo Gaspar). São Bento (Sede)
Severo Bispo Costa Gaspar (Severo Gaspar) encabando as vassouras de barbante de babaçu que produz. São Bento (Sede)
Joan Carlos Fonseca produz vassouras de barbante de babaçu. São Vicente Férrer (Aningas)
Raimundo Nonato Chagas (Raimundinho) desfiando o caranã. Olinda Nova do Maranhão (Sede)
Dobrando as fibras para montar a vassoura de caranã. Raimundo Nonato Chagas (Raimundinho). Olinda Nova do Maranhão (Sede)
Amarração das vassouras. Raimundo Nonato Chagas (Raimundinho). Olinda Nova do Maranhão (Sede)
Lourinaldo dos Santos Machado (Bilú) faz a vassoura de caranã e também de carrapicho. Viana (São Cristóvão)
Amarração da vassoura com arame. Lourinaldo dos Santos Machado (Bilú). Viana (São Cristóvão)
Corte de acabamento. Lourinaldo dos Santos Machado (Bilú). Viana (São Cristóvão)
Vassouras de caranã feitas por Domingos Sousa Filho. Igarapé do Meio (Puraqueú)
Vassouras de caranã feitas por Domingos Sousa Filho. Igarapé do Meio (Puraqueú)
José Antônio Cunha faz vassouras de chincho com cabo de madeira. Central do Maranhão (Muçuã)
Joesso Costa Azevedo faz vassouras de chincho com cabo de cipó jeniparana. Bacuri (Sede)
Elivandro Rodrigues dando acabamento na vassoura de chincho de palmiteira. Bequimão (Sede)
Vasculhador de telhado. Elivandro Rodrigues. Bequimão (Sede)
Valmir Pinto faz vassoura, vasculhador e espanador de chincho. Serrano do Maranhão (Sede)
Valmir Pinto faz vassoura, vasculhador e espanador de chincho. Serrano do Maranhão (Sede)
Orismar Vitor de Moraes (Vassoureiro) é conhecido pela produção de vassouras de embira do palmito do babaçu com cabo de madeira malfim. Codó (Sede)
Orismar Vitor de Moraes (Vassoureiro) é conhecido pela produção de vassouras de embira do palmito do babaçu com cabo de madeira malfim. Codó (Sede)
Antônio Paulo de Almeida (Abelha) faz vassouras de embira do palmito do babaçu com cabo de madeira (virola). Podem ter ou não capa plástica. Codó (Sede)
Antônio Paulo de Almeida (Abelha) faz vassouras de embira do palmito do babaçu com cabo de madeira (virola). Podem ter ou não capa plástica. Codó (Sede)
Antônio Paulo de Almeida (Abelha) faz vassouras de embira do palmito do babaçu com cabo de madeira (virola). Podem ter ou não capa plástica. Codó (Sede)
Sansão Pereira da Silva faz vassouras de embira de babaçu com cabo de pequiá ou mutamba. Codó (Riacho Seco)
Vassouras de talo de babaçu
As vassouras
produzidas com o talo da folha da palmeira babaçu cortado em tirinhas foram encontradas em Codó,
Itaipava do Grajaú, Palmeirândia e São Bento.
José Guido da Silva Brandão (Guido) faz vassoura e vasculhador de talo de babaçu com acabamento trançado de guarimã. Buriti (Sede)
Erilene Oliveira de Sousa e Sebastião Lima Marinho fazem vassouras e espanador de talo do olho do babaçu com amarração de cordão de nylon e acabamento de garrafa pet. Itaipava do Grajaú (Sede)
Erilene Oliveira de Sousa e Sebastião Lima Marinho fazem vassouras e espanador de talo do olho do babaçu com amarração de cordão de nylon e acabamento de garrafa pet. Itaipava do Grajaú (Sede)
Francisco Gomes do Nascimento (Chagas da Vassoura) faz vassouras de tala do olho do babaçu e também de capemba do babaçu com cabo de madeira. Codó (Sede)
Da palmeira
babaçu também se utiliza a palha para a produção de vassouras, elas foram
encontradas em Buriti, Palmeirândia, Peritoró e Timon.
BURITI
As vassouras
de palha de buriti, também chamada borra (que é a sobra após a extração do
linho), são menos comuns, mas foram localizadas em Anapurus, Cedral, Fernando
Falcão, Guimarães, Mata Roma, Mirinzal, Paulino Neves, Porto Rico do Maranhão,
Santa Quitéria, Tutóia.
Aparecida de Lima Conceição faz vassouras de palha de buriti. Santa Quitéria do Maranhão (Buriti Seco)
Elisa Ferreira Barbosa (Helena)faz vassoura de embira de buriti. Anapurus (Carnaúba)
Vassoura de palha de buriti produzida por Maria de Jesus Santiago Costa (Dijé). Mirinzal (PA Santana)
Maria Amélia Pereira Cabral (Fia) faz vassoura de palha de buriti. Santa Quitéria do Maranhão (Vila Cotó)
Espanador da borra de buriti (palha após a extração do linho). Conceição de Maria Sudré Silva. Porto Rico do Maranhão (Rabeca)
Raimundo Nonato dos Santos (Raimundo Bandeira, Xandoca) faz vassouras da palha do olho do buriti. Anapurus (Sede)
As
vassourinhas de linho de buriti, aparecem nos lugares em que é forte a produção
de outros produtos de linho (como toalhas, bolsas, chapéus etc.), já que são
feitas com as sobras desse material nobre, muitas vezes já tingido. As
vassourinhas são usadas para varrer móveis, mesa de refeição ou espanar
objetos. São produzidas principalmente em Alcântara (Santa Maria), Barreirinhas
(sede, Tapuio), Paulino Neves (sede) e Tutóia (Bezerro 1). Também foram
encontradas em Guimarães (Ceará) e Porto Rico
do Maranhão (Rabeca).
Vassourinhas de linho de buriti tingido Conceição de Maria Sudré Silva. Porto Rico do Maranhão (Rabeca)
Espanador de linho de buriti. Maria da Soledade Rocha Santos (Sulí). Barreirinhas (Tapuio)
Maria Sirlene Oliveira da Silva costurando o espanador de linho de buriti. Tutoia (Bezerro 1)
Maria Sirlene Oliveira da Silva fazendo o corte de acabamento no espanador de linho de buriti. Tutoia (Bezerro 1)
No leste maranhense
– nas cidades de Caxias, Codó e Timon – são produzidos vassourões com a ráquis
(talo central) de grandes folhas da palmeira buriti, utilizados na limpeza
pública das ruas.
As vassouras
de palha da palmeira juçara são mais raras de se encontrar. Foram localizadas
apenas em Alcântara, Bequimão e Cedral.
Joana Batista Pinheiro faz vassoura de palha da juçara. Alcântara (Raimundo Su)
Maria do Rosário Amorim Almeida (Corrosa) faz vassouras e e vasculhadores de palha da juçara. Bequimão (Iribuí)
Maria do Rosário Amorim Almeida (Corrosa) faz vasculhadores de palha da juçara. Bequimão (Iribuí)
Rosinete Costa faz vassoura de juçara. Bequimão (Juraraitá)
Elenira Martins Trindade faz vassouras de palha de juçara com 6 palmos ou mais. Cedral (Engole)
TUCUM
As vassouras
de palha da palmeira tucum são produzidas em poucas cidades: Bacurituba, Barra
do Corda, Codó, Jenipapo dos Vieira, Peritoró.
Manuel de Jesus Mendes Sousa faz espanadores e vascuhadores de palha de tucum. Bacutrituba (Sede)
Manuel de Jesus Mendes Sousa faz espanadores e vascuhadores de palha de tucum. Bacutrituba (Sede)
Manuel de Jesus Mendes Sousa faz espanadores e vascuhadores de palha de tucum. Bacutrituba (Sede)
Vassoura de palha de tucum feita por Valdemar Viana Guajajara na Aldeia Colônia. Barra do Corda
Vassoura de palha de tucum feita por Valdemar Viana Guajajara na Aldeia Colônia. Barra do Corda
Azeliquer Serafim Guajajara e Edijar Pereira da Silva Guajajara produzem vassouras de palha de tucum. Barra do Corda (Sede)
Em Codó, o
artesão Lucivaldo Alves aprendeu com os indígenas um modo diferente de
execução: é feita uma de saia de palha, que é enrolada no cabo, produzindo um
belo acabamento.
Vassouras e vasculhadores de tucum. Lucivaldo do Espírito Santo Alves. Codó (Sede)
Vassouras e vasculhadores de tucum. Lucivaldo do Espírito Santo Alves. Codó (Sede)
Vassouras e vasculhadores de tucum. Lucivaldo do Espírito Santo Alves. Codó (Sede)
CIPÓ
Nas regiões
dos rios Caru e Gurupi, fronteiriças com o Pará, destaca-se a produção de
vassouras de cipó, encontradas em principalmente em Amapá do Maranhão e Cândido Mendes, mas também encontradas em Carutapera, Boa Vista do Gurupi, Centro do Guilherme, Centro Novo do Maranhão, Godofredo
Viana, Governador Nunes Freire, Junco do Maranhão, Luís Domingues, Maracaçumé,
Maranhãozinho e Turiaçu. Fora dessa região foi identificada uma pequena
presença de vassouras de cipó apenas em Cururupu.
Esta forte
presença das vassouras de cipó (confeccionada em 21% das cidades já mapeadas) faz desse
material o terceiro mais empregado na produção desses artefatos de varrição.
As espécies de
cipó mais utilizadas são o timbó-açu, o timbó e o titica (mais claro). Foram
registrados também o uso do cipó guambé em Carutapera, que tem coloração mais
avermelhada; dos cipós japanduba, biriba e sapucaia em Junco do Maranhão; do
cipó jacitara em Luís Domingues e do cipó andirá em Maranhãozinho.
A grande parte das vassouras de cipó possuem um belo acabamento trançado, que muitos
artesãos chamam de caçuazinho, em alusão ao cesto grande de cipó.
Francisca Vieira da Costa (Chica) faz vassouras de cipó titica com e sem acabamento caçuazinho. Amapá do Maranhão (Bela Vista)
Raimundo da Silva Carvalho (Pombo) faz vassouras de cipó timbó-açu e cipó titica. Amapá do Maranhão (Bela Vista)
Eliana Santos faz vassouras e vasculhadores de cipó titica. Amapá do Maranhão (Nova Vida)
Sebastiana Santos faz vassouras de cipó timbó-açu. Amapá do Maranhão (Nova Vida)
Manuel Simplício (Barrinho) faz espanador de cipó titica com caçuazinho e cabo de madeira. Amapá do Maranhão (Sede)
Manuel José Borges (Nelito) produz vassouras de cipó titica com amarração de arame. Amapá do Maranhão (Sede)
Antônio Rodrigues Borges usa o cipó titica na confecção da vassoura de varrer e de espanar a casa. Amapá do Maranhão (Sede)
Raimundo José Nunes faz vassouras e vassourinhas de cipó timbó-açu e titica. Amapá do Maranhão (Vila do Nelito)
Sebastião Caxias de Sousa (Siba) e a esposa, dentre muitos produtos faze também as vassouras e vasculhadores de cipó timbó-açu e titica. Amapá do Maranhão (Sede)
Valdeci Dias de Alcântara faz vassouras de cipó timbó-açu e titica, que comercializa encabadas. Amapá do Maranhão (Sede)
Antonio Félix Pereira Rodrigues faz vassouras de cipó timbó-açu e cipó titica com ou sem cabo. Centro do Guilherme (Sede)
João Vieira da Silva (Já Morreu) produz vassoura de cipó timbó-açu e cipó titica. Centro Novo do Maranhão (Barro Branco)
Manuel de Jesus dos Santos produz vassoura de cipó timbó-açu e cipó titica. Junco do Maranhão (Sodrelândia)
Manuel Domingues Marsona utiliza na confecção das vassouras os cipós japanduba, biriba, sapucaia e titica. Junco do Maranhão (Sodrelândia)
Maria Aucirene Melo Teixeira faz a vassoura trançada de cipó timbó-açu e cipó titica. Junco do Maranhão (Vera Cruz)
Vassouras de cipó titica com caçuazinho ainda sem o cabo. Domingos Carvalho (Gambá). Maracaçumé (Sede)
Domingos Carvalho (Gambá) fazendo o corte de acabamento da vassoura de cipó titica com caçuazinho. Maracaçumé (Sede)
Domingos Carvalho (Gambá) encabando vassouras de cipó titica com caçuazinho. Maracaçumé (Sede)
Ana Maria Cardoso Crispim faz vassouras e vasculhantes de cipó timbó-açu e cipó titica com cabo de madeira. Maracaçumé (Sede)
Maria de Jesus Cardoso produz vassouras de cipó titica com trançado. Maranhãozinho (Vila Caçula 1)
José Vinhas de Freitas faz vassouras e vassourinhas de cipó timbó-açu, cipó titica e jacitara. Luís Domingues (Sede)
José Vinhas de Freitas faz vassouras e vassourinhas de cipó timbó-açu, cipó titica e jacitara. Luís Domingues (Sede)
Marilene Ferreira Costa (Zinha) faz o vasculhador de cipó titica com caçuazinho. Cândido Mendes (Bacuri Torto)
Marilene Ferreira Costa (Zinha) faz o vasculhador de cipó titica com caçuazinho. Cândido Mendes (Bacuri Torto)
Valdete Almeida faz vassoura de cipó titica com amarração espinha de peixe. Cândido Mendes (Bacuri Torto)
Valdete Almeida faz vassoura de cipó titica com amarração espinha de peixe. Cândido Mendes (Bacuri Torto)
Margarida Domingas de Oliveira (Passo no ar) faz vasculhador, vassoura grossa e fina de cipó timbó-açu. Cândido Mendes (Barão de Tromaí)
Dalva Guimarães (Dalva Velha) faz vassouras e vasculhadores de cipó timbó-açu e cipó titica .Cândido Mendes (Carará Mirim)
Juliene da Paixão Sousa faz vassoura de cipó timbó-açu. Cândido Mendes (São Benedito)
Juliene da Paixão Sousa iniciando o trançado do caçuazinho para acabamento da vassoura de cipó timbó-açu. Cândido Mendes (São Benedito)
Maria Doralice da Silva Carvalho (Santinha) faz vassouras e vasculhadores de cipó timbó-açu e cipó titica. Cândido Mendes (São Benedito)
Anísio Aquino Barbosa faz vassouras de cipó timbó-açu. Godofredo Viana (Sede)
João Pereira Sobrinho (Joca) faz vassouras de cipó timbó-açu e cipó titica. Godofredo Viana (Sede)
João Ribeiro Gomes (João Guilherme) faz vassoura de cipó timbó-açu. Carutapera (Manaus da Beira)
Antonio Silveira Ferreira (Antonio Bofó) trabalha com o cipó guambé na produção de vassoura e serão. Carutapera (São Lourenço)
José Ferreira do Nascimento (Zé Bolô) faz vassoura fina para casa e vassoura grossa para quintal com o cipó guambé. Carutapera (São Lourenço)
Ananias Ribeiro dos Santos (Naná) produz vassouras de cipó titica com caçuazinho. Turiaçu (Colônia Amélia)
Edmilson Barbosa (Dabí) faz vassouras cabeçote olho de paneiro com cipó timbó ou titica. Turiaçu (Cutia)
Maria José Ribeiro Monteiro (Maria Macho) faz vassouras e vasculhadores de cipó timbó, timbó açu e titica. Cururupu (Riachuelo)
Vasculhador feito por Maria José Ribeiro Monteiro (Maria Macho). Cururupu (Riachuelo)
TABOCA
A produção
de vassouras de taboca é mais rara, foi identificada em Cândido Mendes,
Jenipapo dos Vieira, São João dos Patos e Sucupira do Riachão, sendo comum nos
lugares em que se produz o jacá do mesmo material.
A taboca é
cortada no comprimento em oito partes e deixada murchar antes de ser dobrada
para confecção das vassouras.
Talas de taboca prontas para serem dobradas na confecção das vassouras. Paulo Pinto Vassoura. Jenipapo dos Vieira (Copaíba)
Paulo Pinto Vassoura faz vassouras de tala de taboca com cabo de madeira. Jenipapo dos Vieira (Copaíba)
José Pereira de Sousa produz vassouras e vasculhadores de taboca, utilizada nas cerdas e no cabo. São João dos Patos (Sede)
José Pereira de Sousa produz vassouras e vasculhadores de taboca, utilizada nas cerdas e no cabo. São João dos Patos (Sede)
José Pereira de Sousa produz vassouras e vasculhadores de taboca, utilizada nas cerdas e no cabo. São João dos Patos (Sede)
COCO DA PRAIA
As vassouras
de coco da praia utilizam o fiapo/ barbante desfiado da casca do coco. A
produção foi identificada nas ilhas de São Lucas, Bate Vento e Caçacueira em
Cururupu.
Eraldo Carvalho Pereira utiliza o fiapo da casca do coco da praia para fazer pequenos espanadores. Cururupu (Ilha de São Lucas)
Maria Ozelina Passinho Costa e a fibra da casca do coco da praia extraída para fazer vassoura. Cururupu (Ilha de Caçacueira)
Fiapo/ barbante/ fibra da casca do coco da praia extraída por Rosanira Oliveira para confecção de vassouras e espanadores. Cururupu (Ilha de Bate Vento)
GUARIMÃ
As vassouras
da tripa de guarimã, também chamada de entre casca, são feitas com a parte que costuma
ser descartada após ser separada da tala, esta usada em peneiras, tapitis,
paneiros e muitos outros produtos.
Este
aproveitamento da tripa, raro de se encontrar (e poderia ser disseminado nas
áreas de produção de artefatos de guarimã), foi identificado em Bacuri
(Madragoa), Cururupu (Maioba) e Santa Rita (São José Passanã).
Luci Silva de Jesus Filha (Lúcia ) faz diversos produtos de guarimã e aproveita a tripa retirada das talas para fazer a vassoura. Cururupu (Maioba)
Maria de Lourdes de jesus Almeida utiliza a tripa retirada das talas de guarimã para fazer vassouras e vasculhadores. Bacuri (Mandragoa)
Maria de Lourdes de jesus Almeida utiliza a tripa retirada das talas de guarimã para fazer vassouras e vasculhadores. Bacuri (Mandragoa)
SISAL
A produção
de vassouras de sisal foi identificada na sede de Matinha.
A titara é
uma planta trepadeira da família das palmeiras, muitas vezes confundida com
cipó. Na confecção das vassouras utiliza-se o tronco. As vassouras de titara
foram identificadas somente na sede de Alto Alegre do Pindaré.
O arbusto
relógio é utilizado para confecção de vassouras rústicas para varrer quintais e
áreas externas. As vassouras de relógio foram encontradas em Anapurus (povoado
Centro dos Otília e sede) e Mata Roma (povoado Bacuri).
Raimundo Nonato dos Santos (Raimundo Bandeira, Xandoca) faz o vassourão de relógio, amarrado com borracha de câmara de bicicleta. Anapurus (Sede)
Francisco Pereira Silveira (Chico) faz vassourão de galhos do arbusto relógio. Mata Roma (Bacuri)
GARRAFA
PET
O
reaproveitamento de garrafas pet para a produção de vassouras foi identificado
nas sedes de Barra do Corda, Buriticupu, Codó, Matinha, Pinheiro e no povoado Soledade em Caxias. As garrafas são
lavadas e cortadas em equipamentos manuais criados pelos próprios artesãos.
Rosimar Marques (Chico Cará) produz a vassoura arredondada de cerdas finas e a vassoura comum utilizando garrafa pet. Codó (Sede)
Rosimar Marques (Chico Cará) produz a vassoura arredondada de cerdas finas e a vassoura comum utilizando garrafa pet. Codó (Sede)
Rosimar Marques (Chico Cará) produz a vassoura arredondada de cerdas finas e a vassoura comum utilizando garrafa pet. Codó (Sede)
Rosimar Marques (Chico Cará) produz a vassoura arredondada de cerdas finas e a vassoura comum utilizando garrafa pet. Codó (Sede)
Francisco da Silva Neres (Fubá) desenvolveu seu próprio instrumento de corte e produz vassouras de pet em dois modelos. Buriticupu (Sede)
Francisco da Silva Neres (Fubá) desenvolveu seu próprio instrumento de corte e produz vassouras de pet em dois modelos. Buriticupu (Sede)
Francisca Sousa Vassouras de garrafa pet com ou sem capa plástica. Caxias (Soledade)
Luís Fernando Campos faz vassoura e vasculhador de garrafa pet. Pinheiro (Sede)
Luís Fernando Cardoso (Gigante) e Douglas dos Santos produzem dois modelos de vassoura de garrafa pet. Barra do Corda (Sede)
Vassouras e
espanadores de materiais mais raros de se encontrar como carrapicho bravo (vegetação
rasteira), fios de saco de cebola e fita de arquear (fita plástica) foram
identificados no mapeamento.
O acervo de
vassouras adquirido ao longo do projeto MAPEARTE foi exibido na exposição Varrendo
(com curadoria de Paula Porta), realizada em parceria com o Centro Cultural
Vale Maranhão visando divulgar essa produção.