Santo Amaro é terra de vastos carnaubais, que favorecem um artesanato de muita qualidade feito principalmente com a palha e o linho da carnaúba. As especialidades locais são as redes de carreira feitas com o linho no tear vertical manual; os chapéus de trança de palha larga, fina ou de bico; as vassouras e espanadores montados com capricho e enfeitados com diferentes costuras. O povoado Boa Vista é especialista nesses três produtos. Dali saem vassouras para diversas regiões do Maranhão, Piauí e Ceará. Esses produtos também são feitos na sede e no Povoado Betânia, onde se destaca a produção de cestaria em carnaúba, coqueiro da praia, buriti e tucum. São cofos de diversos formatos, cofos de segredo, paneiros, cestas, abanos e esteiras de carnaúba, buriti e coqueiro da praia. Os tapetes e sacas de carnaúba (raras de se encontrar) são feitos por Deusaíde e Madalena, em Betânia. Miniaturas de vassouras e de trançados (cofo, abano, tapiti, esteira) são encontradas em Boa Vista e funcionam como brinquedo ou decoração. O linho de buriti dá origem a bolsas e redes feitas na sede e em Betânia , onde também são feitos diversos artefatos de pesca (landruás, caçoeiras, tarrafas, choques). O modelismo naval está representado por Seu Chagas e Arlindo. Brinquedos de buriti são criados por Zé Leão e por Arlindo. Seu Nico faz luminárias e bichos utilizando materiais naturais. Ronald recolhe nas dunas troncos retorcidos de árvores que submergiram nas areias e como eles cria animais e móveis. Chibita cria móveis e vasos para plantas reciclando pneus. Deibson faz os procurados gadanhos de zinco e arame. Dona Maria de Zuca, em Betânia, além de chapéus e belas redes de carreira, faz cocada e doces de buriti, caju e murici. Rosenira faz broas de tapioca em Boa Vista. Há um pequeno centro de artesanato na sede, conhecido como Casa Branca, que comercializa a produção de uma parte dos artesãos. A extração da cera, por grupos que vêm de outros estados, têm degradado o carnaubal e começa a prejudicar o artesanato. Boa parte da produção artesanal é comercializada na região do Munim e em São José de Ribamar.
Os tremembé foram os primeiros habitantes da costa Leste maranhense, suas moradias eram temporárias, pescavam e usavam o barro na fabricação de seus objetos utilitários. A localidade de Santo Amaro provavelmente teve origem com a chegada de um grupo de jesuítas que havia sido expulso de Tutóia e ali estabeleceram fazendas de gado e criação de cavalos, que abasteciam a região. Com a expulsão dos jesuítas do Brasil, parte de suas terras foi comprada por um negociante português com negócios estabelecidos em Iguaíba (Paço do Lumiar) e em Tutóia, que se transferiu para Santo Amaro, ampliando o comércio entre as três localidades. A pecuária e o comércio atraíram novos negócios e moradores. Foi destacada a presença de portugueses e árabes atuando no comércio e no transporte marítimo. Em 1948, foi criado o distrito de Santo Amaro e anexado ao município de Primeira Cruz. Em 1994, foi realizado o plebiscito que resultou na emancipação de Santo Amoro do Maranhão.
FONTES: MARQUES, Cesar Augusto Marques. Dicionário Histórico-Geográfico da Província do Maranhão (1870), PASSINHO, Ana Luzia Tobias. Ecoturismo em unidades de conservação: estudo de caso da atividade ecoturística em Santo Amaro do Maranhão, 2005; Prefeitura de Santo Amaro do Maranhão; https://www.icmbio.gov.br/portal/images/stories/imgs-unidades-coservacao/06ENCARTE4.pdf
O município é litorâneo e em seu território está situada a maior parte do Parque Nacional dos Lençóis, que também envolve as vizinhas Barreirinhas e Primeira Cruz (manguezais). Em Santo Amaro estão as maiores lagoas, como a Lagoa da Gaivota (cenário do filme Casa de Areia). A paisagem é exuberante, o Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses é formado por uma imensidão de areia e dunas (móveis e fixas), uma extensa faixa litorânea (com belas praias) e centenas de lagoas de água doce (perenes e temporárias) dos mais variados tamanhos e tons. Em seu território encontra-se a maior reserva de água doce dos Lençóis Maranhenses e, entre maio e setembro, recebe inúmeras espécies de aves.
O município pertence às pequenas bacias do norte que reúnem rios de pequeno trajeto, a maior parte deles perenes. Drenam a área os rios Grande, Negro, Alegre, da Baleia, das Pedras, Juçaral, Bacabinha, Queixada, Cocal e os riachos: Mundo Novo, Pedro Reira, do Acauã, São Bento, São Domingos, do Satuba, Baixão do Buritizal, da Cabeceira, do Sucuriú, do Gengibre, Mirinzal, Baixa Funda, dentre outros.
Destaca-se também o Lago Santo Amaro – um dos maiores do Maranhão; a Lagoa da Travosa e a Lagoa da Betânia.
A paisagem também conta com mangues, apicuns e grandes carnaubais, presentes em diversos pontos. Em menor quantidade, há buritizais.
O acesso às lagoas, dunas e praias é bastante fácil e tem permitido uma evolução do turismo, com a criação de novas pousadas e restaurantes. A paisagem já atraiu produções como filmes (Casa de Areia), novelas (Da cor do Pecado), comerciais e documentários (Areais dos Lençóis).
O município tem muitas comunidades tradicionais, que preservaram seus costumes e conhecimentos, voltados à pesca, à lavoura e ao artesanato.
Unidades de Conservação Federal: Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses; APA Upaon-Açu / Miritiba / Alto Preguiça.
As principais atividades presentes no município são a agricultura (milho, mandioca e caju); a pesca de água doce no rio Alegre e nos lagos Santo Amaro, Guapiriba e Travosa (sazonal); a criação de suínos, caprinos, búfalos, aves e peixes; o extrativismo do buriti; o pequeno comércio; o artesanato e o turismo, que começa a se fortalecer desde a abertura da estrada que chega próximo à sede.
FONTE: IMESC
Brincadeiras: Cordão de São Gonçalo, Bumba Meu Boi
Festejos: Festa de Nossa Senhora da Conceição; Festa de São Sebastião; Carnaval
Eventos: Praia da Travosa - Rally dos Ventos (surf e kitesurf)