Artesanato do Maranhão

Cidades

MARANHÃOZINHO

Artesãos registrados
30
Distância da capital em Km
236 km com travessia por balsa ou 428 km por terra
Região
Oeste Maranhense - Gurupi
Bioma
Amazônia
População
13.761 hab. (IBGE/2022)
IDH
Baixo
História
O município tem origem como povoado de Cândido Mendes. Obteve sua emancipação em 1994, quando também foram criados outros 80 municípios no Maranhão.
FONTE: IBGE; Wikipédia
Paisagem e atividades

O município está localizado às margens da rodovia BR 316, que liga o Maranhão a Belém do Pará. É banhado pelos rios Maracaçumé, Pacoral e Peixe.

A vegetação apresenta áreas de mata e cocais. As madeiras nativas foram muito exploradas e encontram-se em extinção. Há muitas árvores frutíferas: mangueirais, azeitonas, goiabeiras, cajueiros, bananeiras, juçareiras e coqueiros da praia.

Os pastos e as fazendas de gado são muito presentes na paisagem. A extração legal e ilegal de madeira continua movimentando pequenos latifundiários e o comércio interno.

Além da pecuária, a apicultura é forte. Também estão presentes a pesca (curimatã, curimbatá, tambacu e tabatinga), a agricultura (arroz, cana-de-açúcar, feijão, mandioca e milho), a extração de açaí, a produção de carvão vegetal, o comércio e o garimpo.

FONTE: IBGE; CPRM

Cultura

Festejos: Carnaval, São João

Brincadeiras: Quadrilhas juninas

Eventos: Vaquejadas, Exposições agropecuárias

Terras Indígenas

POVO KA'APOR

Terra Indígena Alto Turiaçu: Em Maranhãozinho está apenas 0,5% de seu território, representado pela Aldeia Ximborendá do povo Ka’apor.

A T.I. é habitada pelos povos Ka’apor, Awá-Guajá e Tembé, reúne 1.500 habitantes e seu território ocupa áreas de oito municípios. 

Os Ka´apor surgiram como povo distinto há cerca de 300 anos, provavelmente na região entre os rios Tocantins e Xingu. Conflitos com colonizadores e com outros povos nativos, iniciaram uma lenta migração que os levou, nos idos de 1870, do Pará ao Maranhão, através do rio Gurupi. Por resistirem às tentativas de colonização e contato eram considerados um dos povos nativos mais hostis no país. Enfrentam até hoje constantes tentativas de invasão de suas terras, e sofrem com o desmatamento de parte de seu território, colocando a sobrevivência étnica dos Ka´apor em risco.

A língua ka’apor é da família tupi-guarani. Os Ka'apor vivem no norte do Maranhão. Todos os córregos e rios drenam para três grandes rios: Maracaçumé, Turiaçu e Gurupi. A vegetação predominante em seu território é a floresta alta pré-amazônica.

Povo horticultor, os Ka'apor dependem da mandioca brava como fonte principal de calorias. Eles a consomem principalmente na forma de farinha. Cultivam cerca de 50 espécies de plantas usadas como alimento, tempero, remédios, fibras, ferramentas e armas. Além disso, eles caçam e coletam frutos nas matas densas e pescam em pequenos igarapés. A divisão sexual do trabalho não é rígida, mas as mulheres dedicam muito mais tempo do que os homens à preparação do alimento, especialmente ao processamento da mandioca brava. Os homens passam bem mais tempo caçando do que as mulheres.

No geral, os homens tecem as cestas, inclusive os tipitis (prensa de mandioca) enquanto as mulheres fazem as panelas, incluindo as grandes vasilhas (kamuši~) usadas para servir o caxiri de mandioca nas cerimônias de nomeação das crianças. A cultura material inclui arquitetura da casa e da paisagem, ferramentas, armas, utensílios, redes e vestuário. A cerâmica está sendo substituída em grande escala, mas ainda subsiste.

A casa é construída a partir de um plano térreo ret angular e tem um telhado inclinado. Ela normalmente acomoda uma família nuclear ou uma família extensa. Os moradores dormem em redes de algodão. Normalmente uma fogueira é mantida acesa na casa para cozinhar e aquecer as noites frias do período da seca. As mulheres coletam quase toda a lenha, cuidam de manter o fogo e a maior parte do trabalho de cozinha. O espaço imediatamente ao redor da casa é o quintal, onde se faz o processamento de mandioca, o forno de farinha (outrora de argila, hoje em dia de cobre) situa-se no alto de um suporte de adobe. Também no quintal, os homens fazem a maior parte da carpintaria, cestaria e modelagem dos acessórios de aço, enquanto que as mulheres se encarregam de principalmente trançar, costurar e tecer.

A arte plumária dos Ka‘apor é de altíssima qualidade e bastante renomada, já foi objeto de estudos e publicações. Os velhos artesãos fazem cocares, brincos, colares, pulseiras, braceletes e adornos labiais de penas. Eles são usados apenas nas cerimônias de nomeação das crianças, como testemunho da consciência que eles têm de si como povo.

A arte Ka'apor é também vista nos desenhos geométricos que as mulheres pintam nos rostos com sumo de urucum e nas cabaças com tintura à base da casca da árvore makuku.

A cerimônia mais destacada é a de nomeação das crianças.

FONTE: Instituto Socioambiental (ISA).

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Povoados 11

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