Artesanato do Maranhão

Cidades

JENIPAPO DOS VIEIRA

Artesãos registrados
45
Distância da capital em Km
349 km
Região
Centro Maranhense - Alto Mearim e Grajaú
Bioma
Cerrado
População
17.076 hab. (IBGE/2022)
IDH
Muito baixo
História
O território onde foi iniciada a povoação era fértil e beneficiado por uma grande lagoa perene, conhecida por Lagoa do Jenipapo, devido a presença de grandes jenipapeiros. Foi nesse local, também conhecido como Alto Alegre, que ocorreu em 1901 um grande massacre envolvendo brancos e indígenas. Aproximadamente 400 indígenas, do povo guajajara (tenetehara), comandados pelo cacique Caboré atacaram e mataram religiosos capuchinhos da Missão de Alto Alegre, que haviam adquirido, com apoio financeiro do governo do Maranhão, uma fazenda nas terras dos Guajajaras para implantar a sede das missões, que vinham com o objetivo de subjuga-los. A Missão de Alto Alegre foi aberta em 1896. Tempos depois, foi realizado o casamento do líder dos tenetehara, o cacique Caboré. Inúmeras autoridades de Barra do Corda foram convidadas para a cerimônia. Mas o cacique cometera poligamia e os padres o repreenderam severamente, mandando prendê-lo e castigá-lo. Inconformado com a humilhação pública, o cacique conseguiu reunir um grande número de aldeias para destruir a missão e expulsar todos os brancos da região entre as cidades de Barra do Corda e Grajaú. Poucos meses depois, os indígenas foram derrotados pela milícia (composta de contingentes do Exército, da Polícia Militar, de indivíduos da região e de guerreiros Canelas) e perseguidos por vários anos, o que fez muito mais vítimas entre os guajajara do que entre os brancos. A revolta de Alto Alegre representa um dos incidentes mais importantes na história deste povo. Foi a partir do final da década de 1920 que agricultores, ouvindo relatos indígenas sobre a presença da grande lagoa, sob a liderança da família Vieira foram em busca dessas terras e ali se fixaram. Em 1994, o povoado Jenipapo dos Vieiras, alcançou autonomia pleiteada desde 1989, sendo desmembrado de Barra do Corda, neste mesmo ano foram criados outros 80 municípios no Maranhão. FONTE: IBGE; Wikipédia.
Paisagem e atividades

O relevo do município é formado pelo Planalto Central Maranhense.

É banhado pelo rio Mearim e pelos rios Fogo, Barro Branco, Dois Braços, Encontro, Arara, Muçum, Crioli, Jurema, Barreirinho, Francalino, Barracas, Serra Grande, Necos, Limão, Jenipapo, Gavião, Difícil, Magalhães, Porco, Capim Duro, Coco, Cabo Chico. Os cursos d’água que o atravessam fazem parte das bacias hidrográficas do Mearim e do Grajaú.

Na vegetação predominam as matas de cerradão, mais baixas, características de transição entre as florestas amazônicas e os cerrados, também estão presentes árvores de grande porte típicas do sertão.

As atividades presentes são a pesca (tambaqui), a pecuária (bovino, caprino, suíno), a extração de mel de abelha, a agricultura (arroz, cana-de-açúcar, feijão, mandioca, milho e banana), o extrativismo (lenha, madeira em tora e babaçu), a produção de carvão vegetal e o pequeno comércio.

FONTE: IBGE; CPRM; IMESC

Cultura

Festa do Moqueado (nas aldeias): também chamada de wira’ohaw (na tradução literal, festa dos pássaros), ritual de passagem das “meninas-moças” do povo Guajajara.

Aniversário da cidade (10 de novembro), Vaquejada, Carnaval (bloco Cheiro de Jenipapo) Festa do Sagrado Coração de Jesus (16 a 19 de julho), é a principal Festejo de São José padroeiro

Terras Indígenas

POVO GUAJAJARA

Aldeias guajajara presentes no município: Aldeia Canabrava, Aldeia Felipe Bonè, Aldeia Bom Jesus, Aldeia Castelo, Aldeia Leite, Aldeia Barreirinhas, Aldeia El Betel, Aldeia Mussum, Aldeia Crioli.

Terra Indígena Cana Brava: tem 41,3% de seu território em Barra do Corda e o restante em Jenipapo dos Vieira (51%) e Grajaú (7,7%). São 4.510 habitantes

Terra Indígena Lagoa Comprida: tem uma pequena parte de seu território em Itaipava do Grajaú e o restante em Jenipapo dos Vieira. A população é de 805 habitantes.

Os Guajajara, também conhecidos como tenetehara, são um dos povos indígenas mais numerosos atualmente no Brasil. Habitam onze terras indígenas situadas no estado do Maranhão, nas regiões dos rios Pindaré, Grajaú, Mearim e Zutiua. O território dos Guajajara apresenta florestas altas da Amazônia e matas de cerradão, mais baixas.

Os guajajara nunca habitaram os cerrados vizinhos, região dos povos jê. Sua região mais antiga, historicamente conhecida, foi o médio rio Pindaré. A partir do final do século XVIII e início do seguinte, expandiram seu território para as regiões dos rios Grajaú e Mearim, onde se estabeleceram pouco tempo antes da chegada dos brancos, disputando com vários grupos timbira as áreas de caça. Por volta de 1850, uma parte dos tenetehára migrou para o norte e mais tarde passou a ser chamada de Tembé pelos regionais.

A língua falada por eles é o tenetehara, da família linguística tupi-guarani. Sua história de mais de 380 anos de contato com os não índios foi marcada tanto por aproximações com os brancos como por recusas totais, submissões, revoltas e grandes tragédias. A revolta de 1901 contra os capuchinhos teve como resposta a última "guerra contra os índios" na história do Brasil. Foram conhecidos por muitos povos como os "cuia de aço" por fazerem ferramentas excelentes para o trabalho.

A principal atividade é a agricultura, sendo comum o plantio de mandioca, macaxeira, milho, arroz, abóbora, melancia, feijão, fava, inhame, cará, gergelim e amendoim. Na estação seca, de maio a novembro, são realizadas a broca, derrubada, queimada, coivara e limpeza, enquanto de novembro a fevereiro se faz o plantio e as capinas. As áreas plantadas por unidade residencial geralmente são pequenas: atualmente, elas variam de 1,25 a 3,55 hectares. Algumas aldeias têm grandes roças comunais preparadas para projetos comunitários, para plantar arroz e frutas para a comercialização. A pesca é mais praticada pelas nas ribeirinhas, costumam pescar cerca de 36 espécies diferentes, sendo o cará, o cascudo, a lampreia, o mandi, o pacu, o piau e a traíra as mais comuns. Nos últimos anos, foram construídos pequenos açudes perto de algumas aldeias que permitem tanto a pesca de subsistência quanto a comercial. Em uma parte das terras guajajara, a caça voltou a ser mais produtiva durante os anos 1990, depois de serem iniciados controles mais eficientes dos limites das terras pelos próprios índios. As atividades de coleta estão sendo substituídas cada vez mais pela fruticultura. Atualmente os guajajara plantam cerca de 30 tipos de frutas e palmeiras. O único produto florestal ainda coletado em maiores quantidades para fins comerciais é o mel.

As fontes de renda mais comuns são a comercialização de produtos agrícolas, a venda de artesanato e trabalhos temporários (para os colonos) ou permanentes (para a Fundação Nacional do Índio). Atualmente as aldeias já não apresentam formato tradicional, localizam-se de preferência à beira de rios ou perto de lagoas na mata. A proximidade de uma estrada pode ser outro fator atraente: para se vender artesanato, por exemplo.  Hoje em dia as aldeias são permanentes e podem ter mais de 400 moradores. A unidade mais importante é a família extensa, que é composta por um número de famílias nucleares unidas entre si por laços de parentesco. A chefia, sem regras fixas para se estabelecer, sofreu algumas mudanças com a política indigenista. Os principais critérios tradicionais para assumir a liderança (qualidades individuais e uma base) ficaram menos importantes, comparados com as exigências de saber lidar com o mundo dos brancos. Isto diz respeito, em primeiro lugar, à capacidade de se relacionar com os órgãos governamentais e tirar vantagens disto para a comunidade local, e à qualidades individuais (conhecimentos do português e talento diplomático, entre outras).

FONTE: Povos Indígenas no Brasil. ; Terras Indígenas no Brasil. https://terrasindigenas.org.br; Instituto Socioambiental (ISA).

Bancos
Bradesco, Caixa Econômica Federal (lotérica)
Correios
Rua do Comércio, s/n – Centro (99) 3425-1095

Povoados 16

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