Município litorâneo, Araioses tem os carnaubais como uma das marcas de sua bela paisagem. As carnaúbas estão por toda parte e constituem a principal matéria-prima do artesanato de grande qualidade que é produzido na sede e em diversos povoados. Destaca-se a bela rede de tucum feita por diversas artesãs (Capoeiras, Jatobá, Água Fria, Baixão das Porteiras, Canto da Mãe D’Água, Caraíba, Malhada, São Vicente), cujo nome diz respeito ao modo de fazer e não ao material de que é feita, já que o linho da carnaúba é sua matéria-prima. Muitas artesãs mesclam tecido ao linho da carnaúba, com belo resultado. Do talo da carnaubeira são produzidos móveis (Sede, Barreiras); da palha são feitos trançados como esteiras grandes (que podem ser utilizadas como tapete – Ponta D’Água), sacas e coladas para armazenar feijão, arroz mandioca. Estas últimas vêm sendo substituídas pelos sacos de ráfia sintética, são peças bonitas, que podem ter outras utilidades, inclusive decorativas. A cidade também reúne grandes artesãos do couro, Antonio Mano (Montevidí), João Maria Alves e seu filho Jairo (Areias), Nelson Ned (Lava Boca) produzem peças para atender os vaqueiros (chapéu, mocó, gibão, perneira), além de bainhas de faca, selas, chinelos e sandálias. Em Areias encontra-se também o escultor Pançã, que realiza estatuetas em madeira, além de ex-votos, também chamados de milagres. No povoado Capitão destacam-se os inúmeros utilitários em cipó de leite, muito bem executados pelo artesão Lira. Em João Peres, a artesã Socorro faz com perfeição toalhas com bordado bainha aberta, vagonite, ponto cruz ou ponto reto.
A cidade de Araioses é antiga, teve origem em um povoamento de indígenas que se autodenominaram Arayos ao se separar dos Tremembés. Este núcleo foi instalado onde hoje está o povoado Aldeias. Em 1741, liderados pelo cacique Arinhã Magú, os Arayos se aliaram ao baiano João de Deus, dando início ao plantio do algodão e à divisão de terras entre grupos de famílias. Em 1748, foi construída a capela para Nossa Senhora da Conceição. Quatro anos depois, atendendo a solicitação de João de Deus Magú ao bispo do Maranhão, o povoado recebeu um padre para realizar a primeira missa e o batismo de diversos moradores, o que ocorreu em 15 de agosto de 1752, data que é considerada a fundação de Araioses. Em 1767, o então governador Joaquim de Mello e Póvoas visitou a localidade e registrou suas impressões, destacando a produção de algodão e outros gêneros comercializados na região com sucesso. Em carta às autoridades portuguesas, Mello e Póvoas sugeria o incentivo à cultura do algodão e a instalação de uma tecelagem no local. No final do século XIX, a região já se dedicava também à criação de gado; aos cultivos da cana de açúcar, do milho e da mandioca; além da pesca do marisco nas ilhas. No século XIX, além do açúcar e do algodão, passou a produzir arroz e cera de carnaúba. Nessa época foi construída uma nova capela no povoado Enjeitado, que deu origem à atual sede do município. Em 1893, o povoado foi elevado a Vila de Araioses, sendo desmembrada de Tutóia. Passou à condição de cidade em 29 de março de 1938, data considerada seu aniversário. A cidade teve um período próspero relacionado ao Ciclo da Carnaúba. É conhecida hoje como Portal do Delta do Paranaíba.
FONTE: IBGE. Araioses: histórico. Disponível em: http://cidades.ibge.gov.br/painel/historico.php?lang=&codmun=210090
Situada no Delta do Parnaíba, a sede de Araioses está às margens do Rio Santa Rosa e é cortada pelo rio Magú. Possui extensos carnaubais e babaçuais. Ao sul apresenta vegetação de caatinga e do cerrado.
A cidade possui farta presença de cursos de água, é cortada pelas bacias do Parnaíba (89% de seu território) e do Rio Preguiças (11 %), destacando-se os rios Parnaíba, Magú, Capim, Centro e Mocambo, além da presença do Pará-Mirim, Tutóia, Santa Rosa (navegável por embarcações de pequeno porte) e muitos outros.
Seu território é parte continental e parte insular, esta formada por quase 60 ilhas pequenas (Poldros, Carrapato, Carnaubeiras, Barreiras etc.) e duas grandes: do Caju (a mais bonita e de maior biodiversidade do Delta, é privada) e das Canárias (a segunda maior do Delta do Parnaíba, possui cinco vilarejos – somando 2.500 habitantes, dunas, praias, restingas, manguezais, mata, flora e fauna exuberantes; infraestrutura de turismo, que inclui pousadas, restaurantes e agência de receptivo). O acesso à Ilha das Canárias é feito por barcos e lanchas, a partir do Porto dos Tatus, em Parnaíba (PI), que está há 15 minutos de barco da ilha e a uma hora de carro da sede de Araioses.
A cidade tem vocação para o turismo, possui diversos balneários, praias e ilhas, mas a infraestrutura ainda é pouco desenvolvida. A partir da sede é fácil o acesso às praias e ilhas. Para o Delta do Parnaíba o principal acesso se dá a partir do pequeno cais de Carnaubeiras, belo povoado que está a 25 km da sede e fica bastante próximo de atrações como a Barra do Caju, onde ficam os guarás, e o Rio Magú, muito visitado por suas características especiais, é um rio estreito, profundo e com águas muito cristalinas. Além das ilhas do Caju e das Canárias, destacam-se como pontos turísticos: a Lagoa de João Peres, a Praia do Farol, a Barra do Meio, a Ilha dos Guarás, a Ilha dos Poldros e os Balneários de Barreiras, Canabrava, São Raimundo, Ponta Grossa, Mangueira, Mexeira e Melancias. Outros atrativos do município são a Igreja Nossa Senhora da Conceição (século XIX) e o Cemitério Indígena Arayo, localizado no povoado de Aldeia, a 20 Km da sede.
Unidades de Conservação: APA Delta do Parnaíba, Reserva Extrativista Marinha do Delta do Parnaíba (voltada para a pesca e cata de caranguejo), Reserva Particular do Patrimônio Natural Ilha do Caju, APA Foz do rio Preguiças, Pequenos Lençóis e Região Laguna Adjacente.
As atividades predominantes na cidade são a pesca, a cata de caranguejo e a agricultura (mandioca e milho). O turismo ainda é incipiente.
FONTES: IMESC, Wikipédia
Brincadeiras:
Boi Caprichoso (Povoado Crioli); Boi Brilho de São José (Povoado Capoeira); Quadrilha Junina (Povoado Capoeira); Dança Portuguesa
Festejos:
Festejo de São Sebastião (janeiro); Carnaval (é o maior do Baixo Parnaíba); Festa de São José (Povoado Carnaubeiras, 19 de março); Aniversário da Cidade (29 de março); Festival de Quadrilhas (junho); Festejos de São Raimundo Nonato (agosto); Festival de Caranguejo (maior festival gastronômico do interior, setembro); Festa da Padroeira Nossa Senhora da Conceição (sede, 29 novembro a 8 dezembro); Festa de Nossa Senhora da Conceição (Povoado Canabrava, 13 de dezembro)