Artesanato do Maranhão

Cidades

ARAME

Artesãos registrados
25
Distância da capital em Km
476 km
Região
Centro Maranhense - Alto Mearim e Grajaú
Bioma
Amazônia e Cerrado
População
25.520 hab. (IBGE/2022)
IDH
Baixo
História
Na década de 1960, dois desbravadores (os irmãos Francisco e Custódio Guarim, comerciantes e agricultores) saíram de Santa Luzia em busca de terras férteis e chegaram em um baixão à beira do Rio Zutiua, próximo às terras dos guajajara e ali se instalaram estabelecendo relações com os indígenas. O lugar tornou-se passagem e local de pernoite para alguns vaqueiros com boiadas vindas do sul com destino a Santa Inês e outros municípios da região, que que colocavam o gado para pastar no baixão. Para evitar que o gado atravessasse o rio e entrasse na área indígena, foi feita uma cerca de arame ao redor do baixão que acabou por ser a referência do lugar, que assim ficou conhecido. Em 1988, a cidade foi emancipada de Grajaú através de plebiscito e seu território foi desmembrado de Santa Luzia e de Grajaú.
FONTE: IBGE; Wikipédia; Prefeitura Municipal de Arame
Paisagem e atividades

Na paisagem do município predomina a vegetação de cerrado com arbustos de casca grossa, galhos retorcidos e vegetação rasteira, há presença de muitas chapadas e algumas áreas com fazendas. A vegetação fica mais fechada e preservada chegando à Terra Indígena Araibóia. O relevo é formado por um conjunto de colinas suaves até o vale do médio Mearim. O município é banhado pelos rios Pindaré e Zutiua e conta com os baixões do Antônio, Mendes, da Canabrava, do Timbira, do Caboclo, do Jenipapo, do Tamboril, do Juruparana, da Barrinha e do Cândido. A Lagoa Santa Luzia (no povoado de mesmo nome), o banho do rio Zutiua nas proximidades da Aldeia Tarrafa são atrativos turísticos. A pecuária (bovino, bubalino e suíno), a extração vegetal (carvão, lenha e madeira em tora), a agricultura (arroz, feijão, mandioca, milho, banana) e a pesca (tambaqui) e o pequeno comércio são as atividades presentes.

FONTE: IBGE; CPRM; IMESC

Cultura
Festa do Moqueado: também chamada de wira’ohaw (na tradução literal, festa dos pássaros) é o ritual de passagem das meninas-moças do povo Guajajara.
Festejo de São Francisco de Assis padroeiro (4 outubro), Festejo de Nossa Senhora de Fátima, Festa de São João (arraial com quadrilhas juninas, dança portuguesa e bandas de música), Festa de Santa Bärbara (nos terreiros), Aniversário da Cidade (17 de janeiro), Sete de Setembro, Vaquejada (na sede e no povoado Lagoa Comprida), Carnaval (blocos)
Há dois terreiros na sede e outros nos povoados.
Terras Indígenas

As terras indígenas representam 14% do território de Arame.

POVO GUAJAJARA

Terra Indígena Araribóia: Apenas 7,3% de sua área está no território de Arame. Ela se estende por 6 municípios e é habitada pelos Guajajara, pelos Awa-Gujá e pelo Awa isolados. Em Arame estão situadas aldeias dos guajajara. Estima-se que a população indígena do município seja de aproximadamente 12 mil habitantes.

Terra Indígena Geralda Toco Preto: Tem 67% de sua área em Arame e o restante em Itaipava do Grajaú, possui 970 habitantes.

Os Guajajara são um dos povos indígenas mais numerosos do Brasil. Em 2010, sua população era de 23.949 pessoas. A língua falada por eles é o Teneteara, da família linguística tupi-guarani. Habitam mais de 10 Terras Indígenas na margem oriental da Amazônia, todas situadas no Maranhão.

Sua história de mais de 380 anos de contato foi marcada tanto por aproximações com os brancos como por recusas totais, submissões, revoltas e grandes tragédias. A revolta de 1901 contra os missionários capuchinhos teve como resposta a última "guerra contra os índios" na história do Brasil. Além de guajajara, este grupo tem uma outra autodenominação mais abrangente, Tenetehára, que inclui também os Tembé. Tanto entre os próprios índios quanto na literatura científica, atualmente a denominação guajajara é mais usada do que Tenetehára.

As Terras Indígenas habitadas pelos guajajara estão nas regiões dos rios Pindaré, Grajaú, Mearim e Zutiua. São cobertas pelas florestas altas da Amazônia e por matas de cerradão, mais baixas. Os guajajara nunca habitaram os cerrados vizinhos, região dos povos jê. Sua região mais antiga, historicamente conhecida, foi o médio rio Pindaré. A partir do final do século XVIII e início do seguinte, expandiram seu território para as regiões dos rios Grajaú e Mearim, onde se estabeleceram pouco tempo antes da chegada dos brancos, disputando com vários grupos timbira as áreas de caça. Por volta de 1850, uma parte dos Tenetehára migrou para o norte e mais tarde passou a ser chamada de Tembé.

A principal atividade de subsistência é a agricultura, sendo comum o plantio de mandioca, macaxeira, milho, arroz, abóbora, melancia, feijão, fava, inhame, cará, gergelim e amendoim. As áreas plantadas são pequenas variam de 1,25 a 3,55 hectares por unidade doméstica. Algumas aldeias têm grandes roças comunais, destinadas a plantar arroz e frutas para a comercialização. A pesca é mais praticada pelas aldeias ribeirinhas.

Os guajajara costumam pescar cerca de 36 espécies, sendo o cará, o cascudo, a lampreia, o mandi, o pacu, o piau e a traíra as mais comuns. Nos últimos anos, foram construídos, em diversos projetos comunitários, pequenos açudes perto de aldeias, que permitem tanto a pesca de subsistência quanto a comercial. Durante as últimas décadas, a caça tornou-se uma atividade cada vez menos produtiva por causa da concorrência dos brancos e das limitações das áreas. Os guajajara caçam tradicionalmente mais de 56 espécies, sendo as mais comuns o caititu, a cotia, o jacamim, o jacu, a queixada e espécies de macacos e tatus. Em uma parte das terras guajajara, a caça voltou a ser mais produtiva durante os anos 1990, depois de serem iniciados controles mais eficientes dos limites das terras pelos próprios índios. A coleta ainda é praticada por quase todos os guajajara, mas vem sendo substituídas cada vez mais pela fruticultura nas aldeias e roças. Atualmente plantam cerca de 30 tipos de fruteiras e palmeiras. O único produto florestal ainda coletado em maiores quantidades para fins comerciais é o mel.

As relações econômicas com os brancos baseiam-se tanto em trocas materiais quanto monetárias. As fontes de renda mais comuns são a comercialização de produtos agrícolas, a venda de artesanato e trabalhos temporários (para os colonos) ou permanentes (para a Fundação Nacional do Índio).

Atualmente, as aldeias não tomam forma típica: são compridas (ao longo de caminhos), redondas ou quadrangulares. Localizam-se de preferência à beira de rios ou, na falta de cursos d'água, perto de lagoas na mata. A proximidade de uma estrada pode ser outro fator atraente: para se vender artesanato, por exemplo. As aldeias hoje são permanentes. Podem ser constituídas por uma única família, mas em alguns casos podem ter até 400 ou mais moradores.

FONTE: Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org ; Terras Indígenas no Brasil. Disponível em: https://terrasindigenas.org.br; https://www.socioambiental.org/pt-br

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Povoados 9

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