A cidade está situada na confluência dos Rios Corda e Mearim, que forma um belo visual proporcionado pelo encontro das águas claras do rio Corda com as águas escuras do rio Mearim. Além destes, banham seu território os rios Enjeitado, das Flores, Cigana, Ourives, Pau-Grosso e os riachos Queimado, Rancharia, Águas Claras, Fundo, do Coco, Olho d’Água, Escondido, do Bacuri, São José, do Escalvado, do Estaleiro, do Curralinho, Suçuarana, Correntino, dos Bois, Santa Rosa, do Brejinho, da Juçara, Santo Estevão. Há cachoeiras e corredeiras ao longo dos rios e a presença de balneários para o lazer. O rio Corda possui 3 cachoeiras. O relevo é predominantemente plano, com algumas lombadas e chapadas. Extensas áreas do município foram devastadas para a agricultura e pastagens. Ainda existem áreas de floresta e vegetação de cerrado. Mais de 50% de suas árvores perdem as folhas durante o período de estiagem e podem atingir até 40 metros de altura. Há também a presença de palmeiras, samambaias e arbustos.
Dentre suas principais atividades econômicas está a exploração do carvão vegetal, a produção de arroz, a pecuária leiteira e de corte, a pesca de tambaqui, a produção de mel, a agricultura (cana-de-açúcar, feijão, mandioca, melancia, milho, soja, banana, coco-da-baía e laranja) e o extrativismo de lenha e madeira em tora.
FONTE: IBGE; CPRM; IMESC
Festa do Moqueado: também chamada de wira’ohaw (na tradução literal, festa dos pássaros), que é o ritual de passagem das meninas-moças do povo Guajajara.
Festa de Nossa Senhora da Conceição padroeira (8 de dezembro)
Punga: no mês de maio, em louvor a São Benedito
Carnaval (muitos blocos, é forte e recebe turistas)
São João: Bumba Meu Boi: Boi Brilho da Barra (orquestra)
No município há presença significativa de territórios indígenas, pertencentes a cinco terra demarcadas dos povos guajajara e canela, que somam 25 aldeias (Baixão do Peixe; Cachoeira; Caneleiro; Cão Formoso; Chapadinha; Colônia; Cumaru; Jatobá; Jenipapo; Juriti; Lagoa Grande; Macaúba; Mangueira; Marechico; Nova; Paraíso; Rio Corda; Sapucaia do Mearim; Sardinha Velha; Sardinha Nova; Tabajara; Taijara; Tamboril; Titiu; Vila Nova).
POVO CANELA
Terra Indígena Porquinhos: Apanyekrá, tem sua área entre os municípios de Fernando Falcão, Barra do Corda e Grajaú e população de 677 habitantes. Terra Indígena Kanela: Ramkokamekrá, tem 42,7% de sua área em Barra do Corda e o restante em Fernando Falcão. Tem população de 2.103 habitantes. Canela é o nome pelo qual ficaram conhecidos dois grupos Timbira: os Ramkokamekrá e os Apanyekrá. Há diferenças significativas entre esses grupos vizinhos, mas ambos falam a mesma língua de família Jê e são pautados pelo mesmo repertório cultural.
Até a década de 1940, os Ramkokamekrá tinham menor contato com a sociedade nacional e com outros grupos indígenas do que os Apanyekrá. Depois disso, a situação inverteu-se. Atualmente ambos têm sofrido forte interferência por parte de algumas agências de contato, como Funai, fazendeiros e missionários. Em contrapartida, têm procurado reaver a autonomia de suas atividades produtivas e manter sua vitalidade cultural, expressa por uma complexa vida ritual, práticas xamânicas e intrincada organização social.
Até recentemente, essas terras de cerrado, florestas-galeria e pequenas chapadas ficavam integralmente no município de Barra do Corda, mas agora localizam-se no novo município de Fernando Falcão. O limite sul da Terra Indígena é a serra das Alpercatas. O rio Corda corre fora da TI, afastado 20 Km. No que diz respeito aos Apanyekrá, a regularização da Terra Indígena Porquinhos aconteceu no começo da década de 1980.
A aldeia principal encontra-se a cerca de 80 Km a sudoeste do município de Barra do Corda e 45 Km a oeste da aldeia ramkokamekrá de Escalvado. Está a leste do município de Grajaú, separada por 75 Km de área de cerrado facilmente transponível.
Os Apanyekrá têm mesma ecologia dos Ramkokamekrá (áreas de cerrado com pequenos igarapés) a leste e sul, contando, no entanto, com extensas florestas a norte e oeste. Possuem também o rio Corda, que em alguns pontos tem oito metros de largura. Os Apanyekrá têm, assim, a vantagem de dispor de melhor solo para a agricultura de coivara e maior abundância de peixes, além da caça na floresta e no cerrado.
POVO GUAJAJARA
Terra Indígena Rodeador: está integralmente inserida em Barra do Corda, tem 126 habitantes
Terra Indígena Lagoa Comprida: apenas 8% de seu território em Barra do Corda e o restante em Jenipapo dos Vieira, tem 805 habitantes
Terra Indígena Cana Brava: tem 41,3% de seu território em Barra do Corda e o restante em Jenipapo dos Vieira (51%) e Grajaú (7,7%), tem 4.510 habitantes
Os guajajara são um dos povos indígenas mais numerosos do Brasil. Em 2010, sua população era de 23 949 pessoas. A língua falada por eles é o tenetehára, da família linguística tupi-guarani. Habitam mais de 10 Terras Indígenas na margem oriental da Amazônia, todas situadas no Maranhão. Sua história de mais de 380 anos de contato foi marcada tanto por aproximações com os brancos como por recusas totais, submissões, revoltas e grandes tragédias. A revolta de 1901 contra os missionários capuchinhos teve como resposta a última "guerra contra os índios" na história do Brasil. Além de guajajara, este grupo tem uma outra autodenominação mais abrangente, tenetehára, que inclui também os Tembé. Tanto entre os próprios índios quanto na literatura científica, atualmente a denominação guajajara é mais usada do que tenetehára. As Terras Indígenas habitadas pelos guajajara estão nas regiões dos rios Pindaré, Grajaú, Mearim e Zutiua. São cobertas pelas florestas altas da Amazônia e por matas de cerradão, mais baixas.
Os guajajara nunca habitaram os cerrados vizinhos, região dos povos jê. Sua região mais antiga, historicamente conhecida, foi o médio rio Pindaré. A partir do final do século XVIII e início do seguinte, expandiram seu território para as regiões dos rios Grajaú e Mearim, onde se estabeleceram pouco tempo antes da chegada dos brancos, disputando com vários grupos timbira as áreas de caça.
Por volta de 1850, uma parte dos tenetehára migrou para o norte e mais tarde passou a ser chamada de Tembé. A principal atividade de subsistência é a agricultura, sendo comum o plantio de mandioca, macaxeira, milho, arroz, abóbora, melancia, feijão, fava, inhame, cará, gergelim e amendoim. As áreas plantadas são pequenas variam de 1,25 a 3,55 hectares por unidade doméstica. Algumas aldeias têm grandes roças comunais, destinadas a plantar arroz e frutas para a comercialização. A pesca é mais praticada pelas aldeias ribeirinhas.
Os guajajara costumam pescar cerca de 36 espécies, sendo o cará, o cascudo, a lampreia, o mandi, o pacu, o piau e a traíra as mais comuns. Nos últimos anos, foram construídos, em diversos projetos comunitários, pequenos açudes perto de aldeias, que permitem tanto a pesca de subsistência quanto a comercial. Durante as últimas décadas, a caça tornou-se uma atividade cada vez menos produtiva por causa da concorrência dos brancos e das limitações das áreas. Os guajajara caçam tradicionalmente mais de 56 espécies, sendo as mais comuns o caititu, a cotia, o jacamim, o jacu, a queixada e espécies de macacos e tatus. Em uma parte das terras guajajara, a caça voltou a ser mais produtiva durante os anos 1990, depois de serem iniciados controles mais eficientes dos limites das terras pelos próprios índios. A coleta ainda é praticada por quase todos os guajajara, mas vem sendo substituídas cada vez mais pela fruticultura nas aldeias e roças.
Atualmente plantam cerca de 30 tipos de fruteiras e palmeiras. O único produto florestal ainda coletado em maiores quantidades para fins comerciais é o mel. As relações econômicas com os brancos baseiam-se tanto em trocas materiais quanto monetárias.
As fontes de renda mais comuns são a comercialização de produtos agrícolas, a venda de artesanato e trabalhos temporários (para os colonos) ou permanentes (para a Fundação Nacional do Índio). Atualmente, as aldeias não tomam forma típica: são compridas (ao longo de caminhos), redondas ou quadrangulares. Localizam-se de preferência à beira de rios ou, na falta de cursos d'água, perto de lagoas na mata. A proximidade de uma estrada pode ser outro fator atraente: para se vender artesanato, por exemplo.
As aldeias hoje são permanentes. Podem ser constituídas por uma única família, mas em alguns casos podem ter até 400 ou mais moradores.
POVO KRENYÊ
Terra Indígena Krenyê: integralmente situada em Barra do Corda, possui 104 habitantes
FONTE: Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org ; Terras Indígenas no Brasil. Disponível em: https://terrasindigenas.org.br; https://www.socioambiental.org/pt-br