Artesanato do Maranhão

Cidades

ROSÁRIO

Artesãos registrados
50
Distância da capital em Km
75 km
Região
Norte Maranhense – Baixo Itapecuru – Rosário
Bioma
Amazônia
População
38.475 hab. (IBGE/ 2022)
IDH
Médio
História
O Vale do Itapecuru foi estratégico para a ocupação do território pelos portugueses por ser a principal via fluvial de acesso ao interior. Rosário foi a primeira povoação dessa região habitada por indígenas guanarés e ubirajás barbudos, que sempre resistiram à ocupação e à escravização. A cidade teve início à margem esquerda da foz do rio Itapecuru, com a vinda de famílias de colonos foram incentivadas com doação de terras a instalando os primeiros engenhos de açúcar e plantações. Ali foi erguida uma igreja dedicada à Nossa Senhora do Rosário e a povoação era conhecida como Itapecuru Grande. Em 1620, foi construído no rio Itapecuru o Forte de Vera Cruz. Em 1641, os holandeses tomam posse dos engenhos da região e do forte então arruinado (e o reconstroem mudando seu nome para Calvário), mas são expulsos no ano seguinte. No início do século XIX, Rosário estava consolidada como um grande núcleo, desenvolvido pela produção de arroz, algodão e açúcar com mão-de-obra escravizada. Em 1801, Rosário tornou-se distrito subordinado a Itapecuru-mirim. Em 1802, tinha 196 fazendas, 225 sítios, 333 agricultores, 27 negociantes e uma população de 12 mil habitantes, sendo 10 mil deles escravizados (84%). Ao longo do século XIX seu comércio se fortaleceu, a produção passou a incluir outros gêneros e a vila contava com alfaiates, barbeiros, oleiros, sapateiros, pedreiros, professores e músicos. Já na primeira metade do século XIX outra atividade se destacava, a produção de cerâmica no lugarejo Pai Simão, na Fazenda do Carmo, de propriedade dos Carmelitas Calçados, que possuía três fornos para a produção de louças, telhas e peças utilitárias. Os carmelitas também mantinham lavoura de algodão, arroz e criação de gado, todas atividades sustentadas com mão-de-obra escrava. Itapecuru, Caxias e Pastos Bons foram núcleos de resistência dos portugueses à Independência até meados de 1823. Em 1833, a povoação foi elevada à categoria de Vila e, logo depois, em 30 de março de 1835, foi emancipada de Itapecuru. Em 1866, ocorreu o desabamento da Igreja Matriz em consequência de fortes chuvas na região, sua reconstrução foi finalizada em 1871. Em 1888, a população escravizada representava 22% do total, trabalhando em 40 fazendas, 13 engenhos, 6 engenhos e 2 fábricas de beneficiamento de algodão. Com fim da escravidão, a grande lavoura instalada na ribeira do Itapecuru sofre colapso com a falta de mão-de-obra. Algumas terras de grandes propriedades são abandonadas e ficam aos cuidados de ex-escravizados, que já desenvolviam atividades de subsistência. Rosário e toda a região do Itapecuru passam por um momento de declínio e estagnação.
Em 1914, a vila de Rosário foi elevada à categoria de cidade. Somente com a construção e operação da Estrada de Ferro São Luís - Teresina a região de Rosário saiu da estagnação e voltou a ter um momento de crescimento econômico. O trecho Rosário-Cantanhede foi inaugurado em 1919 e o trecho Rosário-São Luís, em 1921. A ferrovia trouxe alternativa de escoamento da produção por via não a fluvial, gerando empregos, atraindo forte migração para a região e movimentando a economia local. Em 1938, a ponte sobre o Estreito dos Mosquitos Rosário, completou a ligação com o centro de São Luís pela Estrada de Ferro São Luís-Teresinha. A ferrovia, que implantou uma estação na sede e 65 km de trilhos em seu território, foi desativada na década de 1990, passando a funcionar apenas para transporte de carga. Outro momento importante para o desenvolvimento da cidade foi a construção, na década de 1940, da BR 135, rodovia que veio ligar a ilha de São Luís ao continente. A rodovia gerou movimento migratório e crescimento de povoados que acabaram por ser emancipados, como Santa Rita e Bacabeira. Em 2001, foi inaugurada a rodovia MA 402, que atravessa Rosário e é a principal via de acesso ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, favorecendo o turismo e comércio da região de Rosário.
O município hoje é conhecido como capital da cerâmica no Maranhão.
Rosário é a quarta cidade mais antiga do Maranhão (1620), depois de São Luís (1612), Icatu e Alcântara (1616) e ainda guarda alguns testemunhos edificados de sua história:
Rampas de pedra de acesso ao rio: são sete
Forte de Vera Cruz ou do Calvário: construído em 1620, com materiais relativamente frágeis, o forte passou por várias reformas. Em 1626 foi reconstruído, passando a se chamar Forte do Calvário, foi novamente recuperado no século XVIII, suas ruínas ficam a 8 km da sede municipal na foz do Rio Itapecuru
Igreja de Nossa Senhora do Rosário (matriz): localizada na sede, tem sua fundação datada de 1716 e tem como destaque a torre sineira na parte posterior. Após seu desabamento, foi reconstruída em 1871
Estação Ferroviária de Rosário; foi restaurada para uso cultural
Igreja de São Miguel: é a mais antiga do município, foi erguida em 1678, durante as missões da Companhia de Jesus na região, apresenta ainda estrutura original, com paredes de pedra.
Igreja de São Simão: surgiu no lugarejo denominado Pai Simão, construída pelo negro forro Simão da Boa Vida.
FONTE: Enciclopédia dos Municípios. Rosário. IMESC; IBGE
Paisagem e atividades

Município litorâneo, Rosário está situado na foz do Rio Itapecuru, é o último município cortado pelo rio antes de desaguar na Baía de São José, no Golfão Maranhense. Formam a hidrografia diversos riachos: da Volta, Olho d’Água, Rosarinho, Ferrugem, Seco, Taquari, do Meio e Pirangi. O Itapecuru é muito importante para a atividade da pesca, mas sofre com o desmatamento das margens, que causa o assoreamento, falta de rede de esgoto adequada, lixo sem tratamento e a erosão. A pesca predatória também tem sido problema.

A paisagem apresenta muitas lagoas, destacando-se a lagoa Grande. O relevo se caracteriza entre suave e moderadamente ondulado, há número significativo de planícies formando campos inundáveis.

A vegetação é diversificada, associada com pastagens, mata aberta com presença de babaçu, mata ciliar e mangue nas áreas do estuário. Nas margens do rio observa-se vários tipos de palmeiras: babaçu, tucum, macaúba, buritirana, juçara e outros tipos de vegetação.

Unidade de Conservação Estadual: Upaon-açú/ Miritiba/ Alto Preguiças

O município tem 95 povoados. A cidade é conhecida como capital maranhense da cerâmica. Há abundância de matéria-prima (argila) e de unidades de produção. Destacam-se os produtos destinados à construção civil (tijolos e telhas em cerâmica vermelha) nas empresas de maior porte (há 19 fábricas de cerâmicas no bairro Boa Vista) e as peças utilitárias e decorativas produzidas por olarias que utilizam técnicas manuais: modelagem, torneamento e o moldagem; com queima em fornos de tamanhos diversos.

Outro destaque do município é a produção de redes de fio de algodão em tear manual, concentrada no povoado São Simão. A localidade já teve mais de trinta teares em funcionamento, mas essa tradição vem desaparecendo com a concorrência das redes feitas em tear industrial e importadas de outros estados nordestinos.

Dentre as atividades tradicionais também se destacam a pesca artesanal (surubim, piau, curimatá e pescada) e a carpintaria naval (Roberto Marques da Silva e Raimundo Matos). A agricultura, muito presente nos povoados, produz mandioca, feijão, arroz, laranja, banana, quiabo, maxixe, pimentão e milho verde.

O extrativismo de babaçu e juçara é importante para diversas comunidades. A produção de carvão vegetal e o pequeno comércio completam as principais atividades presentes.

O turismo tem como principais atrativos a expressiva cultura local, com seus diversos festejos e brincadeiras.

FONTE: IBAMA; Enciclopédia dos Municípios: Rosário. IMESC; http://www.ppdsr.uema.br/wp-content/uploads/2016/02/RELATOS-DE-M%C3%83OS-a-produ%C3%A7%C3%A3o-artesanal-da-cer%C3%A2mica-em-Ros%C3%A1rio-MA-ROSILENE-MARTINS-DE-LIMA.pdf

Cultura

Brincadeiras:

O Bumba Meu Boi de sotaque de orquestra tem destaque com vários grupos: Boi de Rosário; Boi de Barbosa; Boi da Mocidade de Rosário; Boi de São Miguel; Boi de São Simão (orquestra). Uma particularidade local é o bailado do vaqueiro campeador.

Tambor de Crioula Riacho Seco (punga de homens); Tambor de Crioula de Miranda (punga de homens); Tambor de Crioula Tradição de São Benedito;

Dança do Lelê (povoado São Simão);

Dança Portuguesa Realeza de Portugal;

Escolas de Samba (sede e povoados);

Péla Porco (Riacho Seco),

Coco Babaçu de Riacho Seco, Coco de São Simão,

Cordão de Bichos (Sede, carnaval), Bloco do Galo (Sede, carnaval); Carnaval das Carroças (Quarta-Feira de Cinzas)

Festejos:

Festejo de Nossa Senhora do Rosário padroeira (3° domingo de setembro e último domingo de outubro, com missa, procissões, ex-votos, sede) é um dos destaques do município, ao lado do São João e do Carnaval.

Festejo de Santa Maria (30 de maio, povoado Miranda), Procissão de Santo Antônio, Procissão Fluvial de São Pedro (pelo rio Itapecuru, com parada em Itamirim e São Simão), Festa do Côco Babaçu (junho, povoado Riacho Seco), Morte do Boi de São Simão (julho, povoado São Simão); Festejo de São Benedito (3° domingo do mês de agosto, sede); Festejo de São Raimundo Nonato (agosto, povoado São Miguel), Festejo do Divino (setembro e novembro, Sede); Festejo de São Miguel (setembro, povoado São Miguel); Festejo de Nossa Senhora da Conceição (novembro e dezembro, com Terecô das Velhas, Dança do Lelê, Pato Pelado, Porco na Rede, povoado São Simão); Festejo de Nossa Senhora dos Remédios (novembro, povoado São Simão); Festejo do Pau Mole (novembro, povoado Pirangi); Pastor (dezembro, povoado São Miguel); Festejo da Alma Milagrosa (dezembro, sede); Festejo de Santa Luzia (dezembro, sede); Festa da Juçara (novembro e dezembro, povoado São João do Rosário).

Festas de Terreiro: Festejo de São Sebastião (20-21 de janeiro Terreiro Taquarina, povoado Riacho Seco), Tambor de Preto Velho (13 de maio povoado Nambuaçu de Baixo), Festa de São Raimundo Nonato (Terreiro de Taquariana, povoado Riacho Seco), Festejo Príncipe (julho, povoado Providência); Festejo de Santa Bárbara (sede). O Tambor de Mina está presente na sede, em Riacho Seco, em Providência, em Nambuaçu de Baixo, em Miranda (na margem oposta do rio).

Comunidades Quilombolas
São 11 comunidades certificadas: BOA VISTA, IGUARAÇU, JUÇARAL, MARIA MADALENA, MIRANDA DO ROSÁRIO, PAISSANDU, REFORMA, SANTANA, SÃO BARTOLOMEU, SÃO MIGUEL
Bancos
Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Casa Lotérica
Correios
Rua Senador Urbano Santos, 1020 - Centro (98) 3345-1210

Povoados 18

Tipos de produto total de itens cadastrados