FONTE: IBGE; Wikipédia; CPRM
O município está localizado em uma área de transição das planícies para as terras mais elevadas do Sul do Maranhão. Na paisagem destaca-se a beleza da Serra das Alpercatas.
A vegetação é composta por floresta e cerrado.
Os rios que banham seu território são o Corda, o Alpercatas (que faz sua divisa com a cidade de Mirador e é utilizado como forma de lazer e subsistência), o São Vicente, o Boca da Mata e o Catingueiro, além de diversos riachos.
Há locais de banho como a Lagoa Azul e os balneários do Ribeirão, do Rio Alpercatas, do Riacho Moxotó e o Brejo da Ivete.
Em período recente foi implantada uma agricultura com uso de fertilizantes e corretiva, direcionados a produção de hortaliças, que passou a rivalizar com a pecuária. Também estão presentes a pesca de tambaqui, a produção de mel, a produção de farinha, o extrativismo de lenha, madeira em tora e babaçu e a produção de carvão vegetal.
FONTE: IBGE; CPRM
Festejo de São Paulo apóstolo, em junho, Festejo de São Francisco, São João, Carnaval (blocos de rua)
Bumba Meu Boi Estrela do Sertão (orquestra),
Dança Portuguesa Falcão Dourado
Cavalgada, durante o festejo do padroeiro
Aniversário da cidade, em novembro
Festa do Peixe, da Laranja e da Tora (nas aldeias Porquinhos e Escalvado)
POVO CANELA
Ramkokamekrá e Apanyekrá. O município tem em seu território grande parte das terras do povo Canela. São terras de cerrado, com florestas e pequenas chapadas.
Terra Indígena Kanela: Ramkokamekrá, tem 57,3% de sua área em Fernando Falcão e população de 2.103 habitantes. O limite sul da Terra Indígena fica em grande parte delimitado pela serra das Alpercatas. O rio Corda corre fora da TI, afastado 20 Km, ao longo do limite noroeste.
Os Ramkokamekrá vivem basicamente em áreas de cerrado com pequenos igarapés. Canela é o nome pelo qual ficaram conhecidos dois grupos Timbira: os Ramkokamekrá e os Apanyekrá. Há diferenças significativas entre esses grupos vizinhos, mas ambos falam a mesma língua e são pautados pelo mesmo repertório cultural. Até a década de 1940, os Ramkokamekrá tinham menor contato com a sociedade nacional e com outros grupos indígenas do que os Apanyekrá. Depois disso, a situação inverteu-se. Não obstante, atualmente ambos grupos têm sofrido uma forte interferência por parte de algumas agências de contato, como Funai, fazendeiros e missionários. Em contrapartida, têm procurado reaver a autonomia de suas atividades produtivas e manter sua vitalidade cultural, expressa por uma complexa vida ritual, práticas xamânicas e intrincada organização social.
Os Canela reúnem as cinco nações remanescentes dos Timbira Orientais, sendo a maior a dos Ramkokamekrá, descendentes dos Kapiekran (como eram conhecidos até 1820). O nome Canela também era utilizado pelos sertanejos para os Apanyekrá e os Kenkateye, que foram massacrados e dispersos em 1913.
Os Canela e os Krahô falam uma mesma língua da família Jê, com pequenas variações. Os Canela entendem o Krikati/Pukobyé com facilidade e, certamente, o Gavião do Tocantins. Essas são as principais línguas Timbira orientais que sobreviveram. Os Ramkokamekrá têm maior domínio do português, os homens falam melhor essa língua por contarem com mais experiências urbanas e praticarem o comércio.
Os Kapiekran, ancestrais dos Canela, foram indiretamente contatados por forças militares no fim do século XVII, mas apenas durante a última década do século XVIII efetivamente ocorreram incursões contra sua população e seu modo de vida. Ataques periódicos partiam das milícias locais ou bandeiras, organizadas para tomar e assegurar as terras dos Kapiekran, empregadas na agricultura e criação de gado ao longo dos rios Itapicuru e Alpercatas, a nordeste e oeste de Picos. Dizimados por essas guerras, em 1814, os Kapiekran renderam-se às forças brasileiras da região, em Pastos Bons, em troca de proteção. Seus remanescentes, bem como os de outras nações timbira, foram autorizados a se estabelecerem no canto noroeste das terras ancestrais dos Kapiekran. No final de 1830, eles ocupavam por volta de 5% das antigas áreas de coleta desse povo. Seguiram-se cem anos de relativa paz e limitados contatos com sertanejos, até que, em 1938, o Serviço de Proteção aos Índios (SPI) enviou um agente para morar com sua família próximo à aldeia Ramkokramekrá. Esse relacionamento causou-lhes acelerada mudança cultural. O trabalho de campo de Nimuendajú para seu grande estudo sobre os Canela, The Eastern Timbira, foi realizado, felizmente, antes do início desse processo, durante seis visitas entre 1929 e 1936.
O SPI se impôs de tal modo às autoridades indígenas que tornou inoperante a liderança por classe de idade, essencial para garantir a realização anual do trabalho nas roças familiares. Esse enfraquecimento de lideranças contribuiu significativamente para a perda da autosuficiência da produção agrícola que perdura até os tempos atuais. As tradições culturais também não passaram incólumes ao contato. Em 1951, morreu um importante chefe ramkokramekrá, Hàk-too-kot, grande conhecedor e promotor das tradições Canela.
Terra Indígena Porquinhos: Apanyekrá, tem sua área entre os municípios de Fernando Falcão, Barra do Corda e Grajaú e população de 677 habitantes.
Os Apanyekrá e os Ramkokamekrá são grupos vizinhos com diferenças significativas, mas ambos falam a mesma língua de família Jê e são pautados pelo mesmo repertório cultural. Até a década de 1940, os Ramkokamekrá tinham menor contato com a sociedade nacional e com outros grupos indígenas do que os Apanyekrá. Depois disso, a situação inverteu-se. Atualmente ambos têm sofrido forte interferência por parte de algumas agências de contato, como Funai, fazendeiros e missionários. Em contrapartida, têm procurado reaver a autonomia de suas atividades produtivas e manter sua vitalidade cultural, expressa por uma complexa vida ritual, práticas xamânicas e intrincada organização social. O limite sul da Terra Indígena é a serra das Alpercatas.
O rio Corda corre fora da TI, afastado 20 Km. A regularização da Terra Indígena Porquinhos aconteceu no começo da década de 1980. A aldeia principal encontra-se a cerca de 80 Km a sudoeste do município de Barra do Corda e 45 Km a oeste da aldeia ramkokamekrá de Escalvado. Está a leste do município de Grajaú, separada por 75 Km de área de cerrado facilmente transponível.
Os Apanyekrá têm mesma ecologia dos Ramkokamekrá (áreas de cerrado com pequenos igarapés) a leste e sul, contando, no entanto, com extensas florestas a norte e oeste. Possuem também o rio Corda, que em alguns pontos tem oito metros de largura. Os Apanyekrá têm, assim, a vantagem de dispor de melhor solo para a agricultura de coivara e maior abundância de peixes, além da caça na floresta e no cerrado.
FONTE: Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org/.