A povoação teve início no território de Santa Luzia, em 1968, quando foi estabelecido um acampamento para os trabalhadores da construção da rodovia BR 222 ligando São Luís a Açailândia. O local foi inicialmente conhecido como Km 100 em alusão a sua distância de Açailândia. Nesse mesmo ano, por falta de repasse de recursos pelo órgão contratante, as obras sofreram paralisação, tendo os trabalhadores permanecido aguardando a retomada, que só ocorreu em 1970. Nesse meio tempo os trabalhadores passaram a cultivar as imediações do acampamento, iniciando assim as primeiras plantações de gêneros de subsistência. A retomada da obra coincidiu com a política de Reforma Agrária executada pelo INCRA – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, que incentivou a vinda de famílias de diversos estados e do próprio Maranhão, com a doação de lotes de terras, que aceleraram a colonização da região. Uma imagem de Bom Jesus foi colocada na capela onde se celebraram as primeiras missas. O povoado foi emancipado de Santa Luzia em 1994, ano em que foram criados outros 80 municípios no Maranhão.
FONTE: Wikipedia, IBGE
O município está situado à margem direita do Rio Pindaré, sendo banhado também pelos rios Buritirana e Taripuru. Tem relevo plano e vegetação formada por floresta tropical úmida, já bastante devastada. Há forte presença de palmeiras de babaçu. O município é atravessado pela rodovia BR 222 e pela Estrada de Ferro Carajás, que tem uma estação de passageiros. A agricultura (arroz, feijão, mandioca, soja, milho e abóbora) é a principal atividade econômica, estando presentes também a horticultura, a pecuária de corte e de leite, a produção de carvão vegetal, a pesca (realizada principalmente no rio Pindaré, sendo as principais espécies o piau, a branquinha, o mandi, a piranha e o curimatá); a piscicultura (tambaqui e tilápia) e o pequeno comércio.
FONTE: IMESC
Brincadeiras: Quadrilha Junina
Festejos e eventos: São João, Carnaval, Vaquejada, Aniversário da cidade (10 de novembro), Festejo de Bom Jesus padroeiro (6 de agosto).
POVO GUAJAJARA
Terra Indígena Araribóia: Apenas 3% de sua área está no território de Bom Jesus das Selvas. Ela se estende por 6 municípios e é habitada pelos Guajajara, pelos Awa Guajá e pelos Awa isolados. Em Bom Jesus das Selvas estão situadas aldeias dos guajajara (Jenipapo, Icatu, Angelim, Tare, Brejinho, Placa, Karí, Iporangatu).
Os Guajajara são um dos povos indígenas mais numerosos do Brasil. Em 2010, sua população era de 23 949 pessoas. A língua falada por eles é o tenetehára, da família linguística tupi-guarani. Habitam mais de 10 Terras Indígenas na margem oriental da Amazônia, todas situadas no Maranhão. Sua história de mais de 380 anos de contato foi marcada tanto por aproximações com os brancos como por recusas totais, submissões, revoltas e grandes tragédias. A revolta de 1901 contra os missionários capuchinhos teve como resposta a última "guerra contra os índios" na história do Brasil.
Além de guajajara, este grupo tem uma outra autodenominação mais abrangente, tenetehára, que inclui também os Tembé. Tanto entre os próprios índios quanto na literatura científica, atualmente a denominação guajajara é mais usada do que tenetehára.
As Terras Indígenas habitadas pelos guajajara estão nas regiões dos rios Pindaré, Grajaú, Mearim e Zutiua. São cobertas pelas florestas altas da Amazônia e por matas de cerradão, mais baixas. Os guajajara nunca habitaram os cerrados vizinhos, região dos povos jê. Sua região mais antiga, historicamente conhecida, foi o médio rio Pindaré. A partir do final do século XVIII e início do seguinte, expandiram seu território para as regiões dos rios Grajaú e Mearim, onde se estabeleceram pouco tempo antes da chegada dos brancos, disputando com vários grupos timbira as áreas de caça. Por volta de 1850, uma parte dos tenetehára migrou para o norte e mais tarde passou a ser chamada de Tembé.
A principal atividade de subsistência é a agricultura, sendo comum o plantio de mandioca, macaxeira, milho, arroz, abóbora, melancia, feijão, fava, inhame, cará, gergelim e amendoim. As áreas plantadas são pequenas variam de 1,25 a 3,55 hectares por unidade doméstica. Algumas aldeias têm grandes roças comunais, destinadas a plantar arroz e frutas para a comercialização. A pesca é mais praticada pelas aldeias ribeirinhas. Os guajajara costumam pescar cerca de 36 espécies, sendo o cará, o cascudo, a lampreia, o mandi, o pacu, o piau e a traíra as mais comuns. Nos últimos anos, foram construídos, em diversos projetos comunitários, pequenos açudes perto de aldeias, que permitem tanto a pesca de subsistência quanto a comercial. Durante as últimas décadas, a caça tornou-se uma atividade cada vez menos produtiva por causa da concorrência dos brancos e das limitações das áreas. Os guajajara caçam tradicionalmente mais de 56 espécies, sendo as mais comuns o caititu, a cotia, o jacamim, o jacu, a queixada e espécies de macacos e tatus. Em uma parte das terras guajajara, a caça voltou a ser mais produtiva durante os anos 1990, depois de serem iniciados controles mais eficientes dos limites das terras pelos próprios índios.
A coleta ainda é praticada por quase todos os guajajara, mas vem sendo substituídas cada vez mais pela fruticultura nas aldeias e roças. Atualmente plantam cerca de 30 tipos de fruteiras e palmeiras. O único produto florestal ainda coletado em maiores quantidades para fins comerciais é o mel.
As relações econômicas com os brancos baseiam-se tanto em trocas materiais quanto monetárias. As fontes de renda mais comuns são a comercialização de produtos agrícolas, a venda de artesanato e trabalhos temporários (para os colonos) ou permanentes (para a Fundação Nacional do Índio).
Atualmente, as aldeias não tomam forma típica: são compridas (ao longo de caminhos), redondas ou quadrangulares. Localizam-se de preferência à beira de rios ou, na falta de cursos d'água, perto de lagoas na mata. A proximidade de uma estrada pode ser outro fator atraente: para se vender artesanato, por exemplo. As aldeias hoje são permanentes. Podem ser constituídas por uma única família, mas em alguns casos podem ter até 400 ou mais moradores.
FONTE: Povos Indígenas no Brasil. Disponível em: https://pib.socioambiental.org ; Terras Indígenas no Brasil. Disponível em: https://terrasindigenas.org.br; https://www.socioambiental.org/pt-br